sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Fique Ligado! Confira os cursos abertos na área de cultura

Por Blog Acesso

Se você faz parte do grupo de pessoas que gostaria de reciclar o conhecimento, mas nunca arranja tempo para mapear cursos e escolher o mais alinhado, essa é a sua chance. O blog Acesso pesquisou algumas opções na área da cultura, que vão te ajudar a desengavetar aquele projeto antigo de voltar a estudar e a organizar melhor 2011. Confira abaixo algumas opções!

Alagoas
• Curso de Gestão e Políticas Culturais
Organizadores: Observatório Itaú Cultural e Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Duração: 8 a 12 de novembro de 2010
Vagas: 100
Inscrições: até o dia 2 de novembro de 2010
Informações: Itaú Cultural

Rio de Janeiro
• MBA em Gestão Cultural
Organizadores: Associação Brasileira de Gestão Cultural – ABGC e Universidade Cândido Mendes
Duração: 16 meses, com início em março de 2011
Vagas: –
Inscrições: abertas
Informações: ABGC

Brasília
• Plano Estratégico Operacional e de Captação de Recursos para 2011
Organizadores: Revista Markting Cultural online
Data: 12 e 13 de novembro de 2010
Inscrições: abertas
Informações: Revista Markting Cultural online

Curitiba
• Curso de elaboração de projetos e captação de recursos
Organizadores: Diálogo Social
Data: 8 de novembro de 2010
Inscrições: abertas (dialogo@dialogosocial.com.br )
Informações: Diálogo Social

Minas Gerais
• MBA em Gestão Cultural
Organizadores: Centro Universitário UNA
Duração: 360 horas ( 2011
Vagas: –
Inscrições: abertas
Informações: UNA

Equipe blog Acesso

MinC investe R$ 300 milhões em oito novos fundos setoriais

Priscila Fernandes / blog Acesso

Enquanto a reforma da Lei Rouanet não é votada pelo Congresso Nacional, o Ministério da Cultura – MinC dá um passo em direção à migração do modelo, fortalecendo o Fundo Nacional de Cultura – FNC com a ampliação de seu orçamento e a criação de oito novos fundos setoriais. Anunciado pelo ministro da Cultura, Juca Ferreira, na última quarta-feira, 20 de outubro, o Plano de Trabalho do Fundo Nacional da Cultura vai investir, até o final de novembro, R$ 300 milhões nos novos fundos setoriais.
Deste montante, R$ 87 milhões serão destinados a 15 novos editais criados para atender aos oito fundos setoriais; R$ 63,93 milhões vão para ações viabilizadas por convênios; e R$ 30,78 milhões serão endereçados ao financiamento de bolsas de estudos. Segundo a assessoria do MinC, “até o final de novembro, 22 novos editais participantes do programa ProCultura vão contar com R$ 118,99 milhões”. Vale lembrar que a criação dos novos fundos setoriais só foi possível devido à ampliação do orçamento do MinC, em 2010, para R$2,2 bilhões. Para 2011, uma emenda da Lei das Diretrizes Orçamentárias – LDO, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último mês de agosto, garantirá a ação do Fundo Nacional de Cultura, mesmo diante de imprevistos.
Os oito novos fundos setoriais a saber são: Acesso e diversidade; Ações transversais e equalização de políticas culturais; Artes visuais; Circo, dança e teatro; Incentivo à inovação audiovisual; Livro, leitura, literatura e língua portuguesa; Música; e Patrimônio e memória. Para cada um deles foi estabelecido um valor de recurso, correspondente às demandas apresentadas por seus comitês técnicos. A definição final sobre a partilha do investimento coube à Comissão do FNC. Confira a distribuição:

Circo, Dança e Teatro: R$ 66,88 milhões
Ações Transversais e Equalização de Políticas Culturais: R$ 64,6 milhões
Patrimônio e Memória: R$ 33,39 milhões
Artes Visuais: R$ 31,5 milhões
Música: R$ 30,44 milhões
Audiovisual: R$ 30 milhões
Livro, Leitura, Literatura e Língua Portuguesa: R$ 30 milhões
Acesso e Diversidade: R$ 13,9 milhões.



Os novos fundos setoriais serão geridos por um comitê formado por representantes da sociedade civil e do governo, o que permitirá uma avaliação mais acurada dos projetos enviados. “Agora, teremos uma avaliação setorializada, com pessoas especializadas em determinadas areas da cultura, sejam elas artistas, integrantes da área empresarial ou acadêmicos. Com isso, aumentamos a capacidade de acerto na avaliação dos projetos”, disse Juca Ferreira durante o anúncio.
Descubra o que muda na prática
• Por se tratarem de fundos públicos, com recursos exclusivos para o desenvolvimento de programas, projetos ou ações culturais, os fundos setoriais poderão receber benefícios por meio da realização de editais – no caso, com inscrições via internet.
• A avaliação dos projetos passa a ser realizada por uma comissão de especialistas de cada setor.
• Os fundos atuam como uma alternativa à Lei Rouanet. Qual a vantagem do novo modelo? Nos moldes da Rouanet, o produtor cultural, gestor cultural ou artista precisa primeiro do aval do Ministério para depois proceder a captação no mercado – apenas 20% dos projetos conseguem concluir o processo. A partir de agora, deixam de existir as etapas intermediárias, com a liberação do recurso feita diretamente pelo Ministério da Cultura.
• A diversidade de projetos aprovados será maior e os desequilíbrios e distorções da Lei Rouanet serão combatidos. Hoje, a maior parte dos projetos financiados se enquadra no perfil desejado pelo patrocinador, o que descarta a possibilidade de implementação de projetos polêmicos, experimentais e imateriais. Neste novo modelo, preponderam critérios públicos, como o acesso à cultura, o custo-benefício para a população, a descentralização dos recursos e a circulação dos projetos por diversas regiões do País. No entanto, representantes do governo, como o secretário executivo Alfredo Manevy, afirmam que a renúncia fiscal será mantida para empresas que queiram patrocinar projetos alinhados à suas marcas. “Com a criação dos Fundos Setoriais de Cultura teremos fontes complementares para financiar o desenvolvimento da cultura nacional”, disse Manevy durante o pronunciamento sobre os fundos setoriais.
Para saber mais sobre a nova medida do governo, clique aqui e leia o depoimento do ministro Juca Ferreira sobre os fundos setoriais.

Priscila Fernandes / blog Acesso

CORRESPONSABILIDADE E ÉTICA NOS PROCESSOS DE FORMAÇÃO EM DANÇA

CORRESPONSABILIDADE E ÉTICA NOS PROCESSOS DE FORMAÇÃO EM DANÇA
Fragmento de artigo que será publicado na íntegra no livro comemorativo dos 10 anos da Bienal Internacional de Fortaleza.

Profa. Dra. Isabel Marques
Instituto Caleidos/SP
Graduada em Pedagogia pela USP, Mestre em Dança pelo Laban Centre for Movement and Dance, Londres, doutora em Educação pela USP. Diretora do Caleidos Cia. de Dança (SP) e do Instituto Caleidos (SP). Autora dos livros “Ensino de dança hoje”, “Dançando na escola” e “Linguagem da dança: arte e ensino”. Contato: www.caleidos.com.br, caleidos@caleidos.com.br. Agradeço a Fábio Brazil pela leitura crítica deste texto.

“Quanto mais me capacito como profissional,
quanto mais sistematizo minhas experiências,
quanto mais me utilizo do patrimônio cultural,
que é patrimônio de todos e ao qual todos devem servir,
mais aumenta minha responsabilidade como os homens”
(Paulo Freire)


Ética: uma introdução
A criação de redes de relações corresponsáveis pela formação em dança perpassa pelo desejo e pela necessidade de compreender a tessitura dessas redes como uma questão que se volta para o bem comum, para o bem coletivo e não para processos lineares e unilaterais. A formação das redes de relações, portanto, perpassa necessariamente pela ética.

As atitudes éticas enfatizam justamente o respeito ao outro (RIOS, 1995), a reflexão e a busca de sentido nas ações dentro de um contexto livre e de boa fé. A ética permite estabelecer diálogos com a dignidade humana na efetivação da cidadania democrática, pois trabalha com princípios de respeito, justiça, solidariedade e integridade (ibid, 2008). Redes de formação em dança tecidas com ética viabilizariam também a tessitura de redes de relações sociais em que corresponsabilidades são assumidas e caminhos escolhidos coletivamente.

Além da postura ética, Paulo Freire (2001) sugere que a responsabilidade do educador se traduz pela competência e pela coerência que se leem na presença do educador com o mundo e não simplesmente em sua presença no mundo. A responsabilidade, defende o autor, diz respeito a decidir e não simplesmente a seguir correntes de pensamento e comportamento. A responsabilidade no campo da educação, continua, diz respeito à justiça social e à maneira como escolhemos ou não nos comprometermos com ela (FREIRE, 1982). Ações responsáveis são, acima de tudo, ações competentes, coerentes e éticas, enfatiza.

Entendo que “educadores somos todos nós que criamos e tecemos as redes de relações interpessoais, culturais e políticas que formam a sociedade em que vivemos” (MARQUES, 2010, p. 15). Assim, professores, artistas, pesquisadores, curadores, críticos, gestores públicos, produtores são todos educadores no campo da dança, são todos corresponsáveis pelos processos de educação, de formação em dança, cada qual em sua função específica: ao professor cabe especificamente o ensino e a aprendizagem, ao artista a criação e o diálogo, ao gestor a elaboração e execução projetos e políticas públicas etc.

A competência, a coerência e a ética, no entanto, não diz respeito a funções e/ou especificidades de trabalho de cada um dos profissionais da dança: competência, coerência e ética configuram-se como uma dimensão no universo das relações dos processos de formação sem as quais a própria rede de relações não se tece. A competência diz respeito ao conhecimento, ao saber, às redes de conteúdos do universo da dança. A coerência implica as relações teoria/prática, as relações entre o que se diz, prega e pesquisa e atitudes e comportamentos cotidianos. A ética reflete sobre os valores que comandam as ações e as fazem ir além do nível imediato da situação (RIOS, 2008).

Atitudes competentes, coerentes e éticas dizem respeito ao compromisso de cada profissional na realização dos direitos e deveres dos coletivos de uma sociedade. Esse compromisso, assim como defende Paulo Freire (1982), está diretamente ligado ao conhecimento e à responsabilidade que assumimos frente ao conhecimento universal (que pertence a todos) – conhecimento a que temos direito e que podemos/devemos (des/re)construir nos processos de formação em dança.

A sonegação de conhecimento, o plágio, a destruição e a depreciação do trabalho do outro, a falta de diálogo com alunos, intérpretes e público, a apropriação privada dos bens públicos (convênios em teatros, museus, bibliotecas e no gerenciamento de leis) são exemplos constantes de falta de compromisso com o conhecimento. São exemplos, infelizmente corriqueiros, de falta de ética com o outro, com uma convivência digna, respeitosa e solidária em sociedade; são exemplos de falta de compromisso e de responsabilidade – portanto, de ética – na construção das redes de formação, de educação permanente e continuada na área de dança.

Processos de formação em dança tecidos com competência (conhecimento), coerência (redes de relações) e ética (apreço e trabalho pelo bem comum) diferem-se radicalmente dos processos de formação regidos pelo jogo de culpas, pelo poder unilateral, pelas relações lineares e pelas vaidades acadêmicas.




Processos de formação em dança que tecem redes de relações entre o conhecimento, as dinâmicas sociais e o bem comum possivelmente não forjarão fôrmas e/ou enformarão pessoas. Ao contrário, ao delinearmos formas múltiplas, abertas e interrelacionadas de convivência e (des/re)construção de conhecimento poderemos contribuir para processos de formação em dança corresponsáveis e éticos, justos e voltados para o bem comum. Poderemos contribuir para a construção da cidadania democrática.


REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

__________. Política e educação. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

MARQUES, Isabel. Linguagem da dança: arte e ensino. São Paulo: Digitexto, 2010.

RIOS, Terezinha. Ética e competência. São Paulo: Cortez, 1995.

__________. A presença da filosofia e da ética no contexto profissional. Revista Brasileira de Comunicação e Relações Públicas/ECA-USP, v. 5, n. 8, p. 78-88, 2008.

VEIGA, Ilma Passos. A aventura de formar professores. São Paulo: Papirus, 2009.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Acesso à Cultura e Promoção da Cidadania - Seminário Internacional da Democratização Cultural



O Instituto Votorantim está lançando a publicação "Acesso à Cultura e Promoção da Cidadania - Seminário Internacional da Democratização Cultural"
A publicação está disponível para download no site Instituto Votorantim e
no Blog Acesso - democratizacaocultural@blogacesso.com.br

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Seleção para Montagem Coreográfica



O Troupe ArtMobile Dance Cia. faz seleção para montagem coreográfica e apresentação junto ao Balaio das Artes na CCMQ.

Venha fazer a aula/seleção com Liah Trindade no dia 30/10/2010 (próximo sábado), ás 13:30h, no Balaio das Artes - Espaço de Expressão, Rua Otávio Corrêa, 35 - Cidade Baixa, Fone 3084-1320

Informações: ligia-trindade@bol.com.br - (51)99624648

Líah Trindade (Ana Ligia Trindade) – direção artística
ligia-trindade@bol.com.br – (51)99624648
Member of International Dance Council – CID/UNESCO
CID/UNESCO 12799 - SATED 6044/88 – DRT/RS 2205
Especialista em Dança – PUCRS
Mestranda em Memória Social e Bens Culturais – UNILASALLE
Pesquisa CNPq/Unilasalle em Memória, Cultura e Identidade
Pesquisa CID/UNESCO em Notação Coreográfica
Comissão p/presença e atuação do CID-UNESCO no Brasil

Morre Irmngard Hofmann Azambuja!



O Centro Municipal de Dança (Porto Alegre/RS)comunica o falecimento de Irmngard Hofmann Azambuja, uma das pioneiras da dança no Rio Grande do Sul.

Abaixo texto dedicado a essa importante bailarina, música e professora, responsável pela afirmação e desenvolvimento do balé em Porto Alegre, no início do século XX.


"Recordar de Dona Irmngard é um agradável exercício, por inúmeros motivos. Primeiro porque minha história enquanto pesquisador de História da Dança está intimamente e entusiasticamente marcada pelo nosso encontro. Mas também pela descoberta e reafirmação da importante figura que ela foi para a cena cultural do Rio Grande do Sul. E talvez mais do que tudo isso, de uma amiga querida, sensível, bem-humorada e generosa.

Quando comecei a me aventurar a pesquisar as origens da dança em Porto Alegre contava com uma cópia datilografada das pesquisas de Morgada Cunha e Cecy Franck, que na época não haviam sido publicadas ainda. Lá aparecia o nome de Irmngard Hofmann Azambuja e algumas linhas sobre seu trabalho na década de 30. Num primeiro momento ficou apenas um desejo de intrigante de saber mais. Perguntava para professoras de balé mais antigas, buscava encontrar outras referências sem sucesso. Não sabia se ainda estava viva ou não. Em 2003, quando assumi as aulas de História da Dança, na Universidade Federal do RS, propus aos alunos o exercício investigativo das origens da dança no Estado. A uma das alunas coube Irmngard e uma certa tristeza de tão pouco material sobre ela. Mas a aluna, Rose Nunes, começou a procurar, indo, inclusive investigar guias telefônicos antigos, até que encontrou uma senhora de mesmo nome, ligou e perguntou se era da residência de Irmngard. E ouviu a seguinte resposta: Sim, é ela mesma.

A partir daí minha aluna produziu um belo trabalho inicial e seguiram-se vários encontros meus com Dona Irmngard em sua residência, no chá da tarde. Foi assim que fomos descobrindo que com pouco mais de sete anos, em 1925, ela já havia subido ao palco, em uma ópera no Theatro São Pedro. Que formava, ao lado de Lya Bastian Meyer, Tony Petzhold e Salma Chemale, os pilares do balé clássico em Porto Alegre. Que as quatro dividiram o palco, em 1928, na primeira apresentação do Instituto de Cultura Física, de Nenê Dreher e Mina Black. Que teve sua própria escola de balé no final da década de 30, o Instituto Coreográfico Irmngard Hofmann. Que a jovem bailarina realizou viagem de estudos pelo Brasil, fazendo aulas com mestres como o tcheco Vaslav Veltscheck, do Municipal do Rio de Janeiro. Que, em 1938, suas bailarinas Leda Acauan, Berenice Faedrich e Érica Renner apresentam Valsas e Danças Húngaras, de Brahms, que encantou o crítico do jornal Correio do Povo, Aldo Obino.

Ficamos sabendo que ela deixou de ser professora por opção (e por conselho de um crítico do jornal Diário de Notícias), para ser artista e solista que se apresentou em inúmeras cidades do Estado, divulgando a arte do balé e encantando o público com seu talento e técnica ao som de Chopin, Debussy e Grieg.

E as surpresas não se esgotavam. Com orgulho especial ela revelou que foi primeiro violino da OSPA, tendo sido regida pelo maestro e compositor Villa-Lobos. Que depois de ter se afastado dos palcos não largou a dança e ampliou seu interesse para ioga (tendo publicado três livros sobre o tema). E que ainda tinha uma turma de alunas setuagenárias que se encontram em sua casa, não apenas para conversar, mas para se exercitar e dançar. E, como talvez, meu olhar traduzisse incredulidade, trouxe uma fita VHS em que me mostrou um balé cósmico no qual ela dançava com as alunas, representando astros, planetas e outros corpos celestes. Sim, aquele senhora que me servia chá e em breve completaria 90 anos, dançava e comandava o baile ainda.

Como se não bastasse, Dona Irmngard me confiou, por 24 horas, seus cadernos de recortes e fotos para que eu fizesse cópias. Álbuns amarelados com programas e críticas de jornais. Assim, pude ir aos poucos recuperando essa decisiva e inestimável participação na formação da dança cênica em nosso Estado.

E tinha mais. De uma gaveta ela me revelou um tesouro (ainda que ela não assim o considerasse): um álbum com centenas de fotografias de poses e seqüências de balé com a descrição escrita à mão. Um material da década de 1930 e que arrisco afirmar que possa ser o primeiro manual sistematizado de balé no Brasil.

Enfim, sucederam-se vários encontros para minha felicidade. Tardes inteiras ouvindo histórias de dança. E um convite do qual muito me honro, de estar presente no sua festa de aniversário de 90 anos. Segundo Irmngard, em entrevista à pesquisadora Rose Nunes, em 2003, declarou que nunca parou de dançar: “danço até hoje, em minha intimidade, basta ouvir alguma música que me comova, ou desperte minha atenção por sua beleza, ou até mesmo quando acontece algum fato ou momento que me comova, sinto vontade de dançar.”

E foi inevitável, frente ao reconhecimento de tanto trabalho para afirmar a arte da dança, homenageá-la em 2005, no Dia Internacional da Dança, quando cerca de 2 mil pessoas aplaudiram-na em pé no Salão de Atos da UFRGS. E, posteriormente, indicá-la ao Prêmio Joaquim Felizardo, que destaca todos aqueles que tiveram uma contribuição inestimável à cultura local.

Não consegui realizar, contudo, um plano secreto nosso. O de no Dia Internacional da Dança, valsarmos junto para comemorar a data. Ela tinha aceito o convite, mas acabei envolvido com lidas acadêmicas nos últimos anos que me afastaram dessa concretização. Azar o meu, pois Dona Irmngard seguiu seu bailado pelo grande salão da galáxia, afinal esse é o lugar de toda estrela. Se um dia arrumar outra parceira para minha valsa (que terá como intuito homenageá-la mais uma vez), tenho certeza que ela vai autorizar, e uma luzinha vai estar brilhando mais forte lá no céu, ajudando a marcar a contagem: um, dois e três; um, dois e três; um, dois e três..."

Airton Tomazzoni, 24 de outubro de 2010.

Texto publicado no blog do Centro Municipal de Dança: http://cdancasmc.blogspot.com/2010_10_01_archive.html

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Oficina de elaboração de Projetos Culturais



Dance o domingo... é GRÁTIS! - PROMEIRO balaio GRÁTIS.



Acontece neste domingo, 24/10, nosso primeiro BALAIO GRÁTIS!
Serão aulas gratuitas de dança, das 9h30 às 20h20. Todos os professores de dança da escola participarão do evento, mostrando em aulas de 40 minutos, um pouco de seu trabalho.
As aulas iniciam às 9h30 com Ballet. Às 12h, intervalo de uma hora para almoço. Teremos a parceria do Sierra Maestra, que servirá almoço aos bailarinos e professores (pedimos que confirmem com antecedência).
Após o término das aulas, iniciaremos às 20h30 a FESTA DA CHEPA! onde os alunos poderão treinar o que aprenderam durante o dia de aulas.
Segue abaixo, o cronograma de aulas com os respectivos professores.
9h30 às 10h10 - ballet - professora Liah Trindade
10h20 às 11h - rumba afro-cubana - professora Melissa Assumpção
11h10 às 12h - dança do ventre - professora Aaminha Azah
12h às 13h - intervalo para almoço
13h às 13h40 - dança cigana - professora Melissa Assumpção
13h50 às 14h30 - bolero - professor Anderson Lee
14h40 às 15h20 - soltinho - professor Mário Teichmann
15h30 às 16h10 - forró - professor Guillermo Sortica
16h20 às 17h - salsa cubana - professor Jean Crapanzani
17h10 às 17h50 - samba - professores Ana Sperling e Gabriel Rosa
18h às 18h40 - zouk - professores Patrícia Sassen e Marroni
18h50 às 19h30 - pagode - professores Paty Paixão e Gabriel Rosa
19h40 às 20h20 - salsa LA - professores Ana Sperling e Alexandre Adami
20h30 às 24h - FESTA DA CHEPA! - Dj Marcelo Benetti
Agradecemos a todos os professores e colaboradores do Balaio das Artes pela parceria neste e em muitos outros eventos de grande sucesso!
SERVIÇO
O que: BALAIO GRÁTIS - aulas gratuitas de dança
Quando: 24/10/10, das 9h30 às 24h
Onde: BALAIO DAS ARTES - Espaço de Expressão. Otávio Corrêa, 35 - Cidade Baixa. Fone 3084-1320
Quanto: gratuito

Att, Gerência
BALAIO das ARTES
Espaço de Expressão
Rua Otávio Corrêa, 35 - Cidade Baixa
www.novasdobalaio.blogspot.com
30841320

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Palestra FUMPROARTE: formatação de projetos




Palestra FUMPROARTE
Com Alexandre Magalhães e Silva

Formatação de projetos para os editais do Sistema FUMPROARTE

OBS: essa atividade será aberta a todos os seguimentos culturais e interessados.

Dia: 30/10 SABADO

Hora: 14 às 17hs

Local: SALA PF GASTAL / 3º ANDAR USINA DO GASOMETRO

BALAIO GRÁTIS!



9h30 - 10h10 - Ballet (Liah Trindade)
10h20 - 11h - Rumba afro-cubana (Melissa Assumpção)
11h10 - 12h - Dança do Ventre ( Aaminah )
12h - 13h - INTERVALO PARA ALMOÇO (no Sierra Maestra, R$ 8,00, favor confirmar)
13h - 13h40 - Dança Cigana ( Melissa Assumpção)
13h50 - 14h30 - Bolero (Anderson Lee)
14h40 - 15h20 - Soltinho (Mário)
15h30 - 16h10 - Forró (Guigo)
16h20 - 17h - Salsa Cubana (Jean)
17h10 - 17h50 - Samba (Gabriel)
18h - 18h40 - Zouk (Marroni e Paty)
18h50 - 19h30 - Pagode (Gabriel)
19h40 - 20h20 - Salsa LA (Adami)
20h30 - 24h - FESTA!


VAMOS APROVEITAR!!!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Revista MOVIMENTO no Portal CAPES



Aconteceram recentemente dois eventos, relacionados entre si, que merecem a atenção dos editores de periódicos científicos da área da Educação Física e dos pesquisadores que nela produzem conhecimento. O primeiro deles foi o Fórum de Editores de Periódicos Científicos dessa área de conhecimento, e o segundo, o Fórum de Coordenadores de Programas de Pós-Graduação da chamada Área 21 do CNPq (Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional), ambos ocorridos na agenda de trabalhos do XV Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e do II Congresso Internacional de Ciências do Esporte. Nesses eventos ficou evidente, tanto nas discussões havidas entre os editores quanto no debate público entre os candidatos a Representante de Área, a necessidade de uma correção de rumos na avaliação dos programas de pós-graduação, sua relação com a produção científica controlada pelos indexadores nacionais e internacionais e também sobre os critérios de organização do QUALIS da CAPES, em que os candidatos manifestaram-se, de modo favorável, ao aumento da participação imediata de um QUALIS LIVRO revigorado na avaliação trienal da área de conhecimento Educação Física. Notícia alvissareira, pois se reconhece a diversidade na área e tenta-se diminuir todo um conjunto de desigualdades históricas e “fantasmas” que sazonalmente ganham visibilidade na Educação Física brasileira. Nesse sentido, a revista Movimento apresenta seu reconhecimento público aos candidatos Helder Guerra de Rezende, José Ângelo Barela e Juarez Vieira do Nascimento, pelo alto espírito democrático e transparência ímpar com que expuseram suas idéias e planos para os periódicos e para a pós-graduação no triênio vindouro. Esperamos que o exemplo e a iniciativa venham a ser comuns na nossa área. Finalmente, queremos anunciar que a revista Movimento
acaba de ser incluída no Portal de Periódicos da CAPES. Não é uma ação isolada. Representa, junto ao CD com a coleção completa da revista, que disponibilizamos gratuitamente à Comunidade, nossa firme crença de que a socialização rápida e gratuita do conhecimento produzido pela comunidade científica contribui para o desenvolvimento humano e social do país, e contrapõem-se às estratégias que transformam a indexação de periódicos científicos em “business”. Contribuem nesta edição os seguintes autores responsáveis pelos artigos: Victor Andrade de Melo; Janice Zarpellon Mazo; Renato Beschizza Valentin e Fernando Renato Cavichiolli; Paulo Rogério Barbosa do Nascimento e Luciano de Almeida; Larissa Michelle Lara; aurita Schiavon e Vilma Nista-Piccolo; Rubiane Giovani Fonseca, Jeane Barcelos Soriano e Silvia Cristina Nakamura. Nos ensaios contribuem: Maristela da Silva Souza; Ana Lígia Trindade e Flavia Pilla do Valle; Renato Francisco Rodrigues Marques, Marco Antonio Bettine de Almeida e Gustavo Luis Gutierrez e assina a resenha a autora Ileana Wenetz.

BALLET NO BALAIO: P/ADULTOS INICIANTES/INTERMEDIÁRIOS




ATENÇÃO PESSOAL!!!
AULAS DE BALLET (ADULTOS INICIANTES/INTERMEDIÁRIOS)

Liah Trindade no BALAIO das ARTES
Aos sábados, das 13:30 ás 15:00
Informações: (51)30841320 ou balaiodasartes@ymail.com

Aproveite e participe da PROGRMAÇÂO do BALAIO:

* 24/10 domingo - Balaio Aberto das Artes - Aulas de 40min, inteiramente gratuitas das 13h às 20:20; às 20:30 baile de Dança de Salão também gratuito. Convidem amigos, vizinhos, namorados/as...

* 05/11 sexta - Sexta a Festa é no Balaio! Baile de Dança e Salão c/ DJ Marcelo e banda de forró. R$5 aluno / R$10 não aluno / Bolsistas Free.

* 19/11 sexta - Mostra de Danças Gina Vitola - Show de Rumba das meninas, Samba Duo, Salsa Duo e Bolero Duo. Todos devem prestigiar. Valores a confirmar.

* 22/12 - Show de encerramento no Teatro Bruno Kieffer - todos alunos, professores, bolsistas e colaboradores irão participar.

Att, Gerência
BALAIO das ARTES
Espaço de Expressão
Rua Otávio Corrêa, 35 - Cidade Baixa
www.novasdobalaio.blogspot.com
30841320

WORKSHOP DE EDITORAÇÃO CIENTÍFICA

6º Workshop de Editoração Científica

De 28/11/2010 a 2/12/2010

Faltam 44 dias para o início do evento. Duração: 5 dias

Agência FAPESP – Entre os dias 28 de novembro e 2 de dezembro, a cidade de São Pedro (SP) receberá o 6º Workshop de Editoração Científica e o 2º Seminário Satélite para Editores Plenos. O evento ainda incluirá minicursos de editoração científica e o fórum “O papel do bibliotecário nos periódicos científicos”.

Promovido pela Associação Brasileira de Editores Científicos, o workshop terá como tema deste ano “Valorização e qualificação dos editores e dos periódicos brasileiros”.

Estão previstas mesas de discussão com editores de publicações científicas indexadas e emergentes. Entre os temas de discussão estão “Como subsidiar os periódicos nacionais junto ao novo Qualis”, “Como evitar plágios em trabalhos científicos”, “Ética e conflito de interesses” e “Direitos autorais”.

Mais informações: http://www.abecbrasil.org.br/index.asp

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VI Workshop de Editoração Científica 
“Valorização e qualificação dos editores e dos periódicos brasileiros”
 
Fórum – O papel dos bibliotecários nos periódicos científicos  
01/12/2010 – das 14:00 às 18:00h 
Coordenação: Rosaly Favero Krzyzanowski 
Relatoria: Suely de Brito Clemente Soares e Andrea Pacheco Silva Hespanha 
 
Objetivos: identificar e reunir os bibliotecários que atuam em periódicos científicos no Brasil, bem como o seu envolvimento no processo de produção e/ou gestão destes periódicos; sua posição hierárquica nas revistas, suas funções, atribuições, competências e habilidades, bem como suas relações com os diferentes atores que atuam neste processo, além de determinar o fluxo de trabalho, informação e documentação.
 
Tem o intuito de mapear estes profissionais, identificar suas funções, atividades, formação específica, habilidades/competências; bem como seu interesse na educação continuada (e em quais especialidades e áreas), e ainda colaborar na gestão do conhecimento produzido e acumulado por estes profissionais no curso de suas atividades. Portanto, localizar, selecionar, tratar, armazenar e disponibilizar as informações produzidas, além de compartilhar as experiências acumuladas, a fim de facilitar e mediar o conhecimento.
 
Diferenciar o profissional bibliotecário que atua em bibliotecas universitárias e atuam na normalização do periódico, diferentemente do processo de gerenciamento dos periódicos.
 
Contribuir com informações consolidadas sobre a gestão das secretarias dos periódicos (institucionais ou de sociedades) para a tomada de decisão por parte dos editores e/ou diretores.
 
Elaborar um documento de orientação para os profissionais da área.
 
 Bibliotecário em Periódico Científico (Secretaria)
 
 
>> Zelar pelo cumprimento das normas do periódico 
>> Sistematizar a coleta de dados sobre o periódico e seus principais concorrentes, identificando pontos fracos e fortes, bem como as oportunidades e ameaças, a fim de subsidiar o editor‐científico na tomada de decisões na administração do periódico 
>> Monitorar as bases de dados e indexadores 
 >> para detectar possíveis erros e/ou ausências de artigos/números/volumes 
 >> levantar estatísticas de uso e outros indicadores 
>> Auxiliar o editor‐científico na definição do cronograma de trabalho para a publicação do próximo número do periódico 
>> Sugerir alterações/atualizações tanto na rotina de trabalho da Secretaria, nas “instruções aos autores”, formulários diversos (carta‐convite a assessores, ofício de avaliação (solicitação de avaliação), ficha de julgamento dos manuscritos, carta‐resposta etc.), determinar as funções/atividades dos integrantes da equipe 
>> Coordenar o trabalho da Secretaria 
  >> Recebimento dos manuscritos e fluxo do processo de submissão 
  >> Checagem dos manuscritos quanto ao cumprimento das normas/instruções aos autores do periódico 
>> número de toques, quantidade e qualidade das imagens/gráficos/tabelas, documentação – termo de transferência dos direitos autorais, certificado do Comitê de Ética Profissional, autorização do paciente para uso de sua imagem etc.‐‐, disposição dos elementos textuais, descritores autorizados, especificidades da Metodologia, sistema de citação, formato das referências 
  >> Protocolar os manuscritos 
  >> Disponibilizar ao editor‐científico e/ou aos editores‐assistentes os manuscritos protocolados para indicação dos assessores (revisores) 
  >> Controlar prazos de revisão (recebimento e cobranças dos pareceres), devolução do manuscrito corrigido pelos autores, verificação das respostas/correções (certificado de revisão lingüística, quando solicitado)
 
>> Normalização dos manuscritos 
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A privatização do apoio à Cultura

Naquele ano, 1922, toda a classe artística brasileira, e em particular a do Rio de Janeiro, estava esperançosa e radiante. Afinal, a Lei Renaud estava em pleno vigor e aquela original idéia da chamada "renúncia fiscal" dava maior credibilidade ao governo Epitácio Pessoa. Era o ano do primeiro centenário de nossa independência e esta, finalmente, começava a sorrir para os artistas brasileiros.

As mais importantes empresas brasileiras recebiam projetos e mais projetos que, com base na Lei do Mecenato, atraíam a atenção e o interesse dos empresários. As empresas que mais receberam projetos dos artistas foram a São Paulo Coffee, o Banco Nordeste, as Lâmpadas Edison-Mazda, a Vanadiol ("o grande fortificante!"), a Antarctica ("os grandes productos do mercado: cervejas – licores") e a Companhia Fiat-Lux.

A reunião da diretoria da Fiat-Lux, naquela agitada noite de 22 de julho de 1922, iria ser muito inflamada. Apenas três projetos culturais haviam sido apresentados à empresa, mas a discussão era acalorada. Um filme, uma viagem de concertos eruditos e uma viagem de um conjunto de música popular eram os projetos a serem analisados. Seus autores eram Benedetti, Villa-Lobos e um tal de Pixinguinha, jovem de 24 anos de idade que havia criado um conjunto de nome "Os Oito Batutas".

O Dr. Pullen, apaixonado por cinema, puxava a brasa para a sardinha do projeto do tal Paulo Benedetti: um filme intitulado "A Gigolete". O roteiro até que era bem medíocre. Mas o autor do projeto incluía no elenco, com um expressivo papel, o famoso ator Jaime Costa.

Mas outro membro da diretoria, o Dr. Davidson, estava intransigente. Ia ser difícil demovê-lo do propósito de dar toda a verba para o projeto do compositor Villa-Lobos: uma viagem a Paris, para difundir a nova música brasileira. Os argumentos do Dr. Davidson eram contundentes. "– Este doido, o Villa-Lobos, faz uma música que ninguém entende hoje porque ele é um gênio!" – vociferou o Dr. Davidson.

"– Mas ele foi vaiado recentemente, lá em São Paulo, naquela tal Semana de Arte Moderna! Você não se lembra?" – gritou o Dr. Pullen, completando: " – Este desgraçado faz parte da turma do Graça Aranha, o calhorda subversivo!"

Mas tudo indicava que o flautista Pixinguinha e o Paulo Benedetti seriam prejudicados. Dr. Davidson foi categórico:

" – Somente uns gatos pingados gostam das músicas malucas deste tal Villa-Lobos. Seus concertos estão sempre vazios, mesmo com entrada franca. Mas este jovem, que agora está com 35 anos, daqui há 70 anos poderá ser considerado o maior compositor brasileiro de todos os tempos, com renome maior que o de Carlos Gomes!"

As expressões faciais do Dr. Davidson eram fortes, marcantes. Ele franzia a testa e o pescoço inflava dando a impressão que ia fazer estourar o colarinho apertado. Prosseguia ele:

"– Devemos apoiar a música brasileira contemporânea, apesar de seus sons estranhos. O Heitor Villa-Lobos tem usado, nas suas obras para orquestra, um naipe avantajado de instrumentos de percussão. Coisa de doido. Lá na ABI, noutro dia, vi o maestro regendo uma barulheira infernal, em que os sons dos violinos eram apoquentados pelos barulhos de caxambus, chocalhos de lata, tambores africanos, ganzás, matracas, pios e cuícas. Até saxofones o doido descabelado coloca na orquestra. Não entendi nada, mas sinto que este músico precisa de apoio para que as gerações futuras obtenham o devido retorno".

"– Que irresponsabilidade!" – esbravejou o Dr. Pullen. "Queremos lucro, luuuuuuucro!" – completou. "Que negócio é este de gerações futuras?

"– Meu prezado! Pense bem! Somos capitalistas e imperialistas, mas a arte e a cultura estão acima de tudo! Investimento imaterial! É este o bom caminho! Nós devemos aproveitar a renúncia fiscal do governo para aplicarmos em cultura, mesmo sabendo que, apoiando malucos, não teremos nenhum retorno financeiro. Os malucos de hoje hão de ser os gênios consagrados de amanhã, que enriquecerão o acervo cultural daquela nação cujos cidadãos serão os nossos filhos e os nossos netos."

O Dr. Davidson não era o único, na reunião, a demonstrar preocupação com a arte de vanguarda, de pouco público. Mr. Martin e a assessora Margareth concordavam com ele:

– "Este projeto, Os Oito Batutas, não precisa de nosso apoio. Isto é música popular, que se sustenta sozinha. Tem público certo, pagante!" – opinou a Sra. Margareth.

Mr. Martin foi mais longe:

– "É isso mesmo! O argumento vale também para este projeto de filme: A Gigolete. Esta cambada do cinema só pensa em dinheiro. Querem ganhar altíssimos lucros, faturando com doações, patrocínios e bilheterias. Ainda têm a coragem de chamar isto de Sétima Arte! Vejam só! São industriais que se camuflam de artistas!"

Já estava na hora de votar. Realmente, só a música arrojada, de vanguarda, sem público, deveria ser apoiada. As opiniões afunilavam para este consenso. Música popular, cinema, literatura, artes plásticas, tudo isso tinha público certo, pagante, que podia sustentar a produção.

"– Veja como vendem o Calixto e o Batista da Costa! Dizem que até aquela moça de Capivari, a Tarsila, está vendendo seus quadros em Paris!" – exclamou Mr. Martin.

Unanimidade! O resultado da votação foi favorável ao projeto de Villa-Lobos. O empresariado, classe de cidadãos conscientes, esclarecidos, longânimes, que sempre condenaram a exploração e a injustiça social, faziam de tudo para ajudar os artistas inovadores.

O leitor acreditou nessa estória? — Pura invenção! Tudo falso!

É bem verdade que Villa-Lobos, em 1922, recebeu algumas dezenas de contos de réis para empreender uma viagem de concertos na Europa. Mas o grande mecenas foi o poder público.

No dia 22 de julho de 1922, graças a uma brilhante defesa do deputado Gilberto Amado, a Câmara dos Deputados aprovou uma subvenção de cento e oito contos a fim de que Villa-Lobos pudesse realizar concertos na Europa. Em 30 de junho de 1923 Villa-Lobos, a bordo do navio francês Croix, deixava o Rio de Janeiro com destino a Paris.

Sendo tudo pago com o dinheiro do povo brasileiro, em 3 de maio de 1924 Villa apresentou concerto com suas obras, para alguns gatos pingados, na salinha da Editora Max Eschig, em Paris. Mas os gatos pingados eram multiplicadores e formadores de opinião e deu no que deu. Novas portas começaram a se abrir para o gênio brasileiro, graças ao empurrão inicial do povo brasileiro, via poder público.

Mas a primeira viagem de concertos que Villa-Lobos faria a Paris, patrocinada pelo governo brasileiro, não podia deixar de ser precedida de uma bela e cerimoniosa despedida. Assim, o Presidente Epitácio Pessoa esteve presente ao concerto, em sua homenagem, que Villa regeu no Teatro Municipal do Rio em 11 de novembro de 1922. O presidente teve a paciência de ouvir oito obras do revolucionário promissor. Não se fazem mais presidentes como antigamente.

Em outubro e dezembro de 1927 a façanha brasileira se repetiu, com alguns concertos na Salle Gaveau. Essa nova estada de Villa-Lobos em Paris foi possível porque o deputado Carlos Guinle emprestou ao maestro o seu apartamento da Place Saint Michel nº 11. Era ali que Villa organizava, todo domingo, uma feijoada para ser deliciada por Edgar Varèse, Arthur Rubinstein, Vera Janakopoulos, Antonin Artaud, Luigi Russolo, Calder e vários figurões que lhe abriram espaços na Radio ORTF, na Salle Gaveau, na Orchestre Colonne, na Révue Musicale, etc.

Villa-Lobos – há de se concluir – é hoje um patrimônio nacional e internacional não apenas por sua genialidade, mas também porque o Estado brasileiro deu-lhe o apoio devido no momento certo. Esse momento foi longo, porque durou vários mandatos: Epitácio, Bernardes, Washington Luís, Dutra e Getúlio.

A arte revolucionária, que está à frente de sua época, e portanto com um público reduzidíssimo, não pode avançar e contribuir para a cultura nacional se for colocada à mercê do mercado. Não são os empresários e o público consumidor que hão de sustentar a nova e revolucionária produção artística, porque o retorno desse tipo de arte é de longo prazo.

Evidentemente, apenas o poder público ou, enfim, o Estado, pode ter consciência do problema e, assim, dispor-se a resolvê-lo. Infelizmente o neoliberalismo das políticas governamentais faz com que todas as rédeas do futuro brasileiro sejam entregues à iniciativa privada. Ao bandido são entregues o ouro, o lucro, a segurança nacional, o poder decisório, o controle da informação e da comunicação e também o recriado poder de censura.

A Lei do Mecenato nada mais faz do que privatizar o apoio à cultura. Esse, que constitucionalmente é dever do Estado, é passado às mãos do empresário usurpador. Teorizações e desenvolvimentos desse raciocínio certamente nos levariam a concluir que a Lei Rouanet e seus filhotes são inconstitucionais.

O governo resolve praticar a "renúncia fiscal". Que vem a ser isso? Praticamente, o governo demonstra não confiar em si mesmo, porque ao renunciar a uma percentagem ou à totalidade do imposto o governo está, no fundo, dizendo ao empresário: "— Não vou arrecadar seu tributo. Fique com a grana, porque se você me a entregar vou gastá-la em bobagens, não a aplicando em cultura. Vários níveis de meus escalões poderão até mesmo embolsá-la. Portanto, aplique você mesmo em cultura, diretamente, porque eu não confio em mim!"

Há alguns anos o Ministério da Cultura divulgou, através de sua Secretaria de Apoio à Cultura, os objetivos da Medida Provisória que pretendeu dar às Artes Cênicas, à Ópera e à Música Erudita os mesmos benefícios que vinham sendo dados apenas aos cineastas (sempre eles!). Mas foram feitas, nos esclarecimentos governamentais, sérias restrições em nome e em defesa do "interesse público" (sic). Aquele que usa a expressão "interesse público" está sempre a se referir ao interesse dos cidadãos seus contemporâneos. Assim, o "interesse público" a que se referia o MinC, é o interesse do "público" de hoje, do povo de hoje. Em outras palavras, quando os detentores do "poder público" dizem estar defendendo o interesse público, ele está querendo dizer que defende os interesses daquela sociedade contemporânea, cujos membros eles representam ou dizem representar. Mas, muita coisa que é de "interesse público" para a sociedade de hoje, é desinteressante, e muitas vezes prejudicial, para a sociedade de amanhã: a sociedade que vai ser formada pelos filhos e netos dos cidadãos da sociedade de hoje. Antagonicamente, muita coisa que é de "desinteresse público" para a sociedade de hoje é de "interesse público" para a sociedade de amanhã.

O Estado precisa olhar por seus artistas inovadores, brilhantes e fecundos, apoiando-os incondicionalmente, porque há de ser ele, sempre, o único ator do cenário nacional que poderá agir sem interesses imediatistas. Apenas o poder público, e nunca o poder privado, poderá ter condições para o vislumbre magnânimo que resulta em investimentos de risco para possíveis – e não assegurados – retornos imateriais no futuro longínqüo.

É o governo, para que se cumpra o dever do Estado, que deve direta e especificamente apoiar a cultura. Se a questão estratégica for considerada em sua plenitude, será fácil ter-se consciência de que a Cultura e as Artes, melhor que o Comércio, a Indústria e as Forças Armadas, são os fatores que provocam a admiração e o respeito internacional. É justamente a intensidade desse apoio às Artes que irá determinar, em termos políticos, a opção entre hegemonia, aliança ou submissão.

Por JORGE ANTUNES (Compositor, maestro, professor titular da Universidade de Brasília, membro da Academia Brasileira de Música, Pesquisador do CNPq e Presidente da Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica).

REFERÊNCIA: ANTUNES, Jorge. A privatização do apoio à cultura. Revista Espaço Acadêmico, n. 54, nov. 2005. Disponível em: Acesso em: 15 out. 2010.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Seminário Patrimônio Cultural Imaterial

Entre os dias 29 de setembro e 1 de outubro, em Belo Horizonte (MG), aconteceu o Seminário Patrimônio Cultural Imaterial, uma iniciativa da Rede Catitu. Em sua primeira edição, o Seminário reuniu palestrantes de áreas de atuação diversas, que deram um panorama amplo sobre o tema. Estiveram presentes nas mesas de debates representantes do governo, de grupos culturais e do meio acadêmico, trocando experiências que, agora, estão reunidas em um documento que registra os principais pontos debatidos.

No relatório realizado pela organização do Seminário, publicado abaixo, você conhecerá apontamentos que poderão ser úteis para futuros debates e articulações em torno da salvaguarda do Patrimônio Imaterial. Como disse o coordenador do Observatório da Diversidade Cultural da PUC-MG, José Márcio Barros, “tradição é aquilo que pode ser colocado em um arco e enviado numa flexa para o futuro”.

Registros do I Seminário Patrimônio Cultural Imaterial

Sobre o incentivo e fomento ao Patrimônio Cultural Imaterial, bem como metodologias de inventários e registros, evidenciou-se:

• A necessidade eminente de priorizar os inventários: “conhecer para registrar”, ressaltando a importância do mapeamento que é, ainda, anterior ao procedimento de inventário de bens e manifestações culturais.

• Registros e planos de salvaguarda devem fazer parte da consolidação das políticas públicas para a cultura, em todos os âmbitos da federação, na área da preservação do Patrimônio Imaterial.

• Conhecer, sistematizar e possibilitar a transmissão e fruição dos Patrimônios Culturais Imateriais.

• Viabilizar meios (bem como estudar formas de conceber estes meios) geradores de sustentabilidade para o Patrimônio Imaterial.

• Todas as instituições devem trabalhar com a premissa de que o Estado e a sociedade civil são co-gestores do Patrimônio Cultural.

• As comunidades locais são parceiras necessárias nos procedimentos de inventários públicos de Patrimônios Culturais Imateriais. Deve-se estar atento à forma de difusão das informações coletadas, pois existem vários fatores em torno desse tema como o acesso à cultura e os direitos de imagem das comunidades.

• As demandas locais devem nortear a eleição das prioridades das políticas públicas a serem implementadas no setor do Patrimônio Cultural Imaterial.

• Os órgãos de licenciamento ambiental, que viabilizam a instalação e funcionamento de empreendimentos diversos, devem trabalhar de forma alinhada com os órgãos de proteção ao Patrimônio. Hoje, o mais comum é a emissão de licenças ambientais sem a oitiva de órgãos públicos do setor cultural acerca da viabilidade da implantação do empreendimento.

• A análise quanto aos “territórios” de expressão das manifestações culturais é de suma importância. O plano de salvaguarda de muitos Patrimônios Imateriais estão diretamente associados à preservação do espaço físico em que eles ocorrem.

Sobre as discussões jurídicas relacionadas ao Patrimônio Imaterial:

1. Paisagem cultural e sua relação com o Patrimônio Imaterial

• A paisagem cultural deve ser pensada como uma porção peculiar do território nacional à qual a vida e a ciência atribuem valor.

• A paisagem cultural não é um mecanismo de proteção, mas um procedimento administrativo que visa reunir diferentes mecanismos de proteção ao Patrimônio Imaterial, tais como tombamento, registro e declaração de interesse público sobre obras musealizadas.

• Existem dossiês em andamento, mas ainda não foi concedida pelo Poder Público nenhuma chancela de paisagem cultural no Estado brasileiro.

• A portaria do IPHAN, editada em 2008, que institui a proteção da paisagem cultural não parece ser o instrumento legal mais adequado para sua finalidade, uma vez que, como simples portaria, tal norma tem sua eficácia limitada.

2. Sobre a análise da legislação acerca dos tesouros vivos, com o relato da experiência do Ceará:

• Tal legislação surge da necessidade de se contemplar os guardiões dos conhecimentos tradicionais, “os mestres”, como Patrimônios Imateriais.

• Além da proteção aos mestres, as leis que reconhecem os tesouros vivos devem oferecer salvaguarda, ou seja, garantia de transmissão dos conhecimentos dos mestres às gerações vindouras.

• Há a necessidade da criação de um estatuto de proteção ao Patrimônio cultural, uma legislação que unifique e fortaleça o marco legal para o setor. A legislação atual sobre o tema é esparsa (várias leis, decretos e portarias, entre outros). É comum que esses vários instrumentos jurídicos sejam conflitantes ou inaplicáveis, o que dificulta a proteção ao Patrimônio.

• A proteção meramente declaratória de tesouros vivos é insuficiente, pois é preciso que se viabilize, inclusive via recursos financeiros, o incentivo e transmissão da produção cultural personificada nos mestres.

• O título de “tesouro vivo” é, por vezes, criticado, sob argumento de que a ideia de patrimonialização de pessoas poderia gerar a cristalização do conhecimento. Entretanto, a política de reconhecimento dos mestres deve ser vista como uma conquista social e cultural dentro do seguimento do Patrimônio Imaterial.

• A primeira lei de tesouros vivos do Ceará, editada em 2003, previa apenas o registro dos mestres enquanto pessoas físicas. Além disso, era exigido como contrapartida dos mestres a participação em palestras e cursos promovidos pelo poder público. A evolução do marco legal cearense veio em 2006, com a nova lei dos tesouros vivos, que ampliou o registro para grupos e coletividades.

• Duas propostas de leis interessantes podem ser: a criação de um livro específico do patrimônio vivo; um projeto de lei estabelecendo tratamento diferenciado para os mestres dentro da política pública de assistência social.

• Outra sugestão, a partir dessa experiência, é que os mestres, independentemente de sua condição socioeconômica, devem ser reconhecidos como tal desde que sejam, de fato, guardiões/mantenedores de Patrimônios Imateriais.

3.Sobre a biopirataria e a propriedade imaterial

• A previsão constitucional de proteção à cultura representa a superação do paradigma da perspectiva paternalista do Estado; e também a superação do estabelecimento de uma valoração cultural que só leve em consideração aspectos históricos e extravagantes.

• A Constituição Federal de 1988 nos levou à criação de uma identidade cultural baseada em referências internas e regionais.

• A Constituição Federal de 1988 também previu formas plurais de proteção à cultura, tais como os inventários, registros, tombamentos, vigilância e desapropriação.

• Os grandes desafios que se impõem à cultura, hoje, são a identificação de nossas referências culturais e a delimitação de um ponto de equilíbrio entre os interesses em jogo, nas esferas pública e privada.

• O inquérito civil público, promovido pelo Ministério Público, pode se constituir em registro documental para fins de proteção do Patrimônio, na medida em que seus membros se envolvam com a elaboração de relatos escritos, vídeos, fotografias e outras formas de registro. Um exemplo disso foi o reconhecimento público da importância cultural do grupo Giramundo.

• Com relação à biopirataria, foi citado o caso da Farmacopéia do Brasil que, em 1946, incluía apenas plantas e, hoje, só abrange fármacos químicos. O resultado desse processo é que as plantas nativas do Brasil acabam sendo patenteadas por empresas estrangeiras.

Sobre a discussão de casos concretos de proteção e promoção do Patrimônio Cultural Imaterial:

• A necessidade de sensibilizar, conscientizar e capacitar agentes nas comunidades e nos grupos mantenedores dos Patrimônios Imateriais, por meio de investimentos que viabilizem a formação em várias áreas do conhecimento, especialmente em: educação para o Patrimônio; inclusão digital; elaboração, execução e avaliação de projetos; economia criativa e economia da cultura; desenvolvimento sustentável; turismo comunitário.

• É imprescindível que o poder público ampare as comunidades guardiãs de Patrimônios Culturais Imateriais, principalmente quanto às questões de exploração de imagens e sons; apropriação privada de conhecimentos tradicionais e de direitos autorais; turismo depreciativo; apropriação de símbolos das manifestações culturais para fins comerciais, sem retorno ou aceitação das comunidades mantenedoras dessas manifestações.

• Em que pese ser o “registro”, o instrumento específico de reconhecimento e proteção no seguimento do Patrimônio Cultural Imaterial, independente desse instrumento jurídico, o que fica evidente é que comunidades e pessoas têm buscado o poder público para o reconhecimento oficial, bem como para a proteção de suas manifestações e bens culturais.

• Dos Patrimônios Culturais Imateriais existentes, poucos têm o reconhecimento Estatal.

• Necessidade de apoiar as medidas de salvaguarda do Patrimônio cultural, eleitas pelos próprios mantenedores do patrimônio. No estudo de caso do Samba de Roda da Bahia, que teve reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial pelo IPHAN, foram identificadas algumas medidas: o apoio à formalização de associações; fomento às apresentações do Samba de Roda; capacitações para mantenedores da tradição.

Sobre as discussões do Terceiro Setor na defesa e promoção do Patrimônio Cultural Imaterial, destacam-se:

• No Estado de Goiás, a mobilização social das festas populares propiciou a inserção da “Academia” na sociedade, diminuindo distâncias entre pesquisadores, ativistas culturais e mestres, que juntaram forças para a realização de audiências públicas em conjunto com o Ministério Público, no sentido de mobilizar as comunidades, para o mapeamento das manifestações folclóricas do Estado.

• No Espírito Santo há a Comissão Espírito Santense de Folclore que apoia a formação de comissões municipais de folclore em vários municípios, fortalecendo o setor. Também nesse Estado configuraram-se formas facilitadas de incentivo financeiro aos grupos mantenedores de tradição, tendo em vista a desburocratização do incentivo público e a capacitação de membros das comunidades para o recebimento e a prestação de contas de verbas públicas.

• No Pará tramita o pedido de reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial do Carimbó. E são econtrados desafios como a morosidade do procedimento de inventário, em função do baixo recurso público para tal, bem como em função do número insuficiente de técnicos nas Instituições Públicas de reconhecimento dos Patrimônios Culturais Imateriais.

• Em Minas Gerais há o Centro de Apoio Operacional ao Terceiro Setor – Ministério Público Estadual que, embora não tenha atuação restrita ao setor cultural, pode auxiliar nos processos de mobilização das comunidades e na discussão dos conflitos, além de capacitar associações quanto à prestação de contas quando do recebimento de verbas públicas.

Postado por BLOG ACESSO
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Investigação – Dança e Notação do Movimento



Investigação – Dança e Notação do Movimento
Liah Trindade
Patrícia Kayser Vargas Mangan
Rocelito Amaral

Apresentação
Este projeto de pesquisa é para investigação de DANÇA E NOTAÇÃO DO MOVIMENTO para elaboração de dissertação a ser apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Memória Social e Bens Culturais da Universidade La Salle. O projeto está sendo desenvolvido em parceria com a CID-UNESCO (http://www.cid-unesco.org), Instituição da qual a pesquisadora é membro (12799), e está sendo preparando um material para ser apresentado no “28º Congreso Mundial de Investigación de la Danza” (http://www.seccioncordobacidunesco.org/index.html) que é organizado pela “Sección Córdoba Argentina del Consejo Internacional de la Danza CID-UNESCO”.
Neste momento o trabalho está envolvendo integrantes do “Troupe ArtMobile Dance Cia” /Porto Alegre, da Comissão Brasil/CID-UNESCO e acompanhamento e orientação da Profa. Patrícia Kaiser da Universidade La Salle. O espaço ideal para o desenvolvimento deste projeto, com objetivos de medir conhecimento, análise e necessidades acerca de notação do movimento e ter um produto para elaboração de trabalho a ser apresentado inicialmente em Córdoba (Argentina) de 05 a 09 de janeiro de 2011 e posteriormente ao Curso de Mestrado em Memória Social e Bens Culturais da Universidade La Salle, foi cedido pelo Coordenador do Núcleo de Dança da Casa de Cultura Mário Quintana/Porto Alegre.
Esta investigação está organizada para ser aplicada em cursos de 3 a 6 meses e em workshops de eventos como seminários, congressos, festivais, encontros, etc.

1) Justificativa
Desenvolver um programa de computador que seja ferramenta de apoio para o trabalho do profissional coreógrafo, nos seus objetivos de criação coreográfica, remontagem de obras e registro para direitos autorais, trazendo não apenas praticidade e rapidez na descrição do movimento, mas também uma linguagem acessível para os profissionais da área da dança (professores, bailarinos, diretores artísticos, produtores, etc.), é a principal finalidade dos estudos aprofundados dos sistemas de notação do movimento. Uma simbologia simples, sistematizada, padronizada e normalizada, de fácil identificação pelos profissionais da área, se faz urgente e necessária para que o uso da notação venha a ser uma rotina e não um fardo no registro de uma obra coreográfica. O desenvolvimento de um s istema com estas características permitirá que um usuário interprete independente de seu conhecimento profundo de qualquer formulário de notação, enxergue o movimento proposto, e tenha condições de reproduzi-lo. Tal sistema tem o uso considerável como uma ferramenta para registro e preservação da memória coreográfica.

2) Objetivo
O projeto tem o objetivo de medir conhecimento e necessidades acerca de notação do movimento, de análise de sistemas de notação e ter um produto para o desenvolvimento de software de notação de dança (estudo e pesquisa elaborada junto ao Curso de Mestrado Profissional em Memória Social e Bens Culturais da Universidade La Salle, sob orientação da Profa. Patricia Kayser Vargas Mangan.

3) Metodologia
A proposta é de ministrar aulas práticas de dança (ballet) para alunos de dança (qualquer estilo) adultos de nível iniciante/intermediário; aulas expositivas de introdução á notação do movimento (conceitos, histórico, terminologia, sistemas, tecnologia, profissão, direitos autorias, ferramenta de trabalho e ensino); observação e discussão acerca de notação e sistemas existentes e análise do formulário “DanceWriting” para descrição de exercício técnico para aulas de dança e montagem coreográfica; seminário de discussão e elaboração de sistemas de notação.

4) Retorno de Interesse Público
Aulas gratuítas de dança, estudo teórico de notação do movimento, DVD de investigação para profissionais da área e livro de estudo do tema. Material para elaboração posterior de um formulário informatizado de notação do movimento (software) com linguagem clara e acessível e sistema amigável, prático e rápido para utilização dos profissionais no registro e preservação de trabalhos coreográficos.

5) Público Alvo
Adultos estudantes de dança (qualquer estilo) de nível iniciante/intermediário.

6) Ficha Técnica

Liah Trindade - Professora de ballet/pesquisadora
Rocelito Amaral - Pianista/Notador
Patricia Kaiser Vargas Mangan - Coordenação/Orientação

7) Qualificação dos Integrantes
Liah Trindade - Diretora artística do "Troupe ArtMobile Dance Cia.", bailarina, coreógrafa e professora de ballet e dança de salão. Especialista em Dança pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Mestranda em Memória Social e Bens Culturais da Universidade La Salle, Member of International Dance Council ? CID/UNESCO (CID/UNESCO 12799 - SATED 6044/88 ? DRT/RS 2205), Pesquisadora CNPq/Unilasalle em Memória, Cultura e Identidade, Pesquisa CID/UNESCO em Notação Coreográfica e integrante da Comissão p/presença e atuação do CID-UNESCO no Brasil.
Rocelito Amaral - Músico (piano, violão, flauta, percussão), Coordenador e ensaiador do "Troupe ArtMobile Dance Cia.", Member of International Dance Council CID/UNESCO, Pesquisador CID/UNESCO em Notação Coreográfica e integrante da Comissão p/presença e atuação do CID-UNESCO no Brasil.
Patrícia Kayser Vargas Mangan - Graduada em Ciências da Computação pela UFRGS, Mestra em Ciências da Computação pela UFRGS, Doutora em Engenharia de Sistemas e Computação pela COPPE/Sistema de Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora do Centro Universitário La Salle na graduação, especialização e pós-graduação stricto sensu. Professora orientadora do Curso de Mestrado Profissional em Memória Social e Bens Culturais, pertencendo a linha de Linguagens e Cultura.

Porto Alegre, 2010

Líah Trindade (Ana Ligia Trindade)
ligia-trindade@bol.com.br – (51)99624648
Member of International Dance Council – CID/UNESCO
CID/UNESCO 12799 - SATED 6044/88 – DRT/RS 2205
Maitre de Ballet / Coreógrafa / Pesquisadora
Especialista em Dança – PUCRS
Mestranda em Memória Social e Bens Culturais – UNILASALLE
Espaço Cultural ArtMobile/Troupe ArtMobile Dance Cia.
artmobiledance@gmail.com – (51)32170622
http://artmobiledance.blogspot.com
http://troupeartmobiledance.no.comunidades.net
Estudos/Montagens Coreográficas (Ballet Clássico, Moderno, Contemporâneo)
Pesquisa CNPq/Unilasalle em Memória, Cultura e Identidade
Pesquisa CID/UNESCO em Notação Coreográfica
Comissão p/presença e atuação do CID-UNESCO no Brasil

XII SIMPÓSIO INTERNACIONAL IHU: a experiência missioneira - território, cultura e identidade



A Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, sob a coordenação do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, e apoio do Programa de Pós-Graduação em História promove o XII Simpósio Internacional IHU - A experiência missioneira: território, cultura e identidade, em São Leopoldo/RS.
De 25 a 28 de outubro de 2010.

PARTICIPE!!

http://www.unisinos.br/eventos

Em 2010 o IHU realizará o XII Simpósio Internacional IHU, com o título “A experiência Missioneira: território, cultura e identidade”, entre os dias 25 e 28 de outubro, no campus da Unisinos, em São Leopoldo - Rio grande do Sul. Neste simpósio estão previstas atividades que em seu conjunto ultrapassam 40 horas de duração, distribuídas entre conferências, mesas redondas, minicursos, dentre outras. Ele reunirá pesquisadores e conferencistas do Brasil e de outros países, sendo que já tem confirmada a participação de importantes pesquisadores do tema como Paula Montero (CEBRAP/USP), Bartolomeu Meliá (CEPAG, Paraguai), Cristina Pompa (CEBRAP), Ana Meira (IPHAN, RS), Graciela Chamorro (UFGD, MS), etc.

Neste XII simpósio internacional, o tema abordado está relacionado com uma série de outras atividades e publicações do Instituto sobre território, identidade e cultural, que podem ser conferidas no sítio do IHU, onde constam todas as suas publicações, notícias e entrevistas diárias, relatos de eventos e debates promovidos pelo IHU, dentre outros.

Poder-se-á perceber que o IHU foi e é um dos poucos meios de comunicação a perceber a importância do movimento indigenista e sua cultura na América Latina e tem feito repercutir na região Sul e no país todo, por meio das mais de 40 mil visitas mensais que seu sítio recebe, questões relacionadas à conjuntura da América Latina, dos territórios, da cultura, do diálogo intercultural, dentre outros.

O evento proposto terá abordagem interdisciplinar, debatendo a questão da territorialidade e seus impactos em dimensões sociais, culturais, identitárias, no mundo globalizado, dentre outras. Para garantir a abordagem plural e interdisciplinar, o IHU conta com a parceria de diferentes Programas de Pós-Graduação da Unisinos, como o de História, Ciências Sociais, e de outras instituições, como o IPHAN/RS, além do apoio da Universidade como um todo, relativo à divulgação, infraestrutura, dentre outros.

Portanto, a comunidade científica, em especial os pesquisadores ligados às áreas de conhecimento de História, Arquitetura, Arqueologia, Antropologia, Filosofia, Direito, Teologia, e outras afins, estão convidados a participarem do Simpósio, mediante inscrição de seus trabalhos.

Objetivo Geral
Refletir sobre a experiência missioneira jesuítica nos 400 anos da fundação das primeiras reduções da Província da Companhia de Jesus do Paraguai numa perspectiva multidisciplinar.

Objetivos Específicos
• Discutir a relação das missões do Paraguai com outras experiências missionárias: avanços, perspectivas e pesquisas recentes;
• Avaliar e debater os fundamentos ético-morais e filosófico-jurídicos das missões;
• Identificar e analisar modelos e estratégias de ação no contato com as sociedades do Novo Mundo e do Oriente;
• Analisar a experiência reducional enquanto processo que colocou em comunicação povos e práticas culturais, estabelecendo inter-relações entre saberes e fazeres.

Público alvo
Professores(as), pesquisadores(as), estudantes universitários(as) e comunidade em geral.

SEMINÁRIO: Pensar a dança... além dos editais!

A cultura dos editais impregnou as artes, impregnou a dança. Criou-se um vínculo de dependência. Poucas companhias de dança sobrevivem fora desse contexto, pois o mercado da dança ainda é incipiente.
Esta realidade é observada não apenas no Brasil, mas em todo mundo. Termos como pesquisa de linguagem, projetos continuados, sustentabilidade, formação de platéia, políticas públicas, dentre outros, permeiam o universo da dança em tempos de fomento.
Sabemos que política de editais não é política cultural. Mas pouco sabemos sobre outros mecanismos que legitimem nossa ação profissional frente ao mercado cultural e frente à sociedade. O cenário político ora nos favorece, ora nos desola.
O seminário "Pensar a Dança... Além dos Editais" objetiva agregar profissionais da dança, estudantes, professores, produtores, pesquisadores, gestores da cultura e demais interessados inaugurando mais um espaço para contextualização, exposição de cases, discussão, reflexão e ações propositivas.

Quando: Dezembro 2010
Local: a definir
Realização: Radar Cultural
Informações: pensaradanca@gmail.com

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

SEMINÁRIOS - Panorama Festival

Mais uma vez, o Panorama abrirá espaço para as discussões. Nesta edição serão realizados dois seminários.
Como já acontece há dois anos, o Seminário Economia da Dança apresentará temas relativos à sustentabilidade na área, levantando questões sobre fomento, direitos trabalhistas e outros tópicos relevantes sobre o tema. Com convidados internacionais e de vários estados do Brasil, o Seminário acontecerá nos dias 16 e 17 de novembro, no auditório do BNDES. As inscrições podem ser feitas pelo seminarios@panoramafestival.com.
Este ano, o Panorama colocará em pauta também questões relativas ao corpo político. O Seminário ComPosições Políticas vai promover um intercâmbio de informações e experiências sobre os diversos cruzamentos contemporâneos entre arte e política. O encontro será de 12 a 15 de novembro, no Centro Cultural Cervantes e no Centro de Artes da Maré. Inscrições pelo email cpp@panoramafestival.com.



Once again, Panorama 2010 will open space for debates. Two seminars will be held this year. As in the two previous years, the Dance Economy Seminar will present themes regarding sustainability, raising issues about financing, labor rights and other relevant aspects of the theme. With guests from different countries and different regions of Brazil, the seminar will take place on November 16 and 17, at the BNDES auditorium. Submissions can be sent to seminario@panoramafestival.com.
This year, Panorama will also touch upon issues regarding the political body. The ComPosições Políticas seminar will promote an exchange of information and experience about the different contemporary intersections between art and politics. The encounter will happen from November 12 to 15, at Centro Cultural Cervantes. Submissions can be sent to cpp@panoramafestival.com