Ao retomar os trabalhos com teatro-dança, José Possi Neto propõe uma leitura aberta sobre vida e obra de Marta Graham. “Em cena, ela vai vivenciar uma convulsão de imagens e sensações-memórias em frações de segundo”, antecipa o diretor. Na sua concepção, o palco serve como uma espécie de locação para esta travessia, que a cada fase de sua existência é representada por diferentes bailarinas. “Para Martha Graham, a dança revela a paisagem interior, a alma do homem. É um símbolo de realização da vida, pois o instrumento pelo qual a dança fala é o mesmo pelo qual a vida é vivida, o corpo humano”, complementa Possi. No espetáculo, estes corpos dançantes estarão cobertos por quase uma centena de figurinos, assinados por Angélica Chaves. Eles representam a vida cotidiana e momentos lúdicos, traduzindo os contrastes de uma vida plena de amor à arte, à vida e, ao mesmo tempo, pontuada por desilusões. A estrutura dramatúrgica das “memórias” traz ainda outras simbologias cênicas, como o salto de um trampolim, o trânsito na estação de trem e alegorias circenses, baseadas na autobiografia da artista, Memória do Sangue.
PERFIS MARTA GRAHAM bailarina e coreógrafa
Nascida na Pensilvânia (Estados Unidos), Graham revolucionou a história da dança moderna como dançarina e coreógrafa. Na sua busca por uma forma de expressão mais livre e honesta, fundou a Martha Graham Dance Company, uma das mais conceituadas e antigas companhia de dança na América. Como professora, Graham treinou e inspirou gerações de grandes bailarinos e coreógrafos. Entre seus discípulos estão Alvin Ailey, Twyla Tharp, Paul Taylor, Merce Cunningham, entre outros. Colaborou com alguns dos mais conceituados artistas de seu tempo, como o compositor Aaron Copland e o escultor Isamu Noguchi. Ao longo de sua carreira como bailarina e coreógrafa, ela criou mais de 180 trabalhos, de solos a produções em maior escala, nos quais ela procurava dançar a grande maioria. Ela deu à Dança Moderna um novo sentido e profundidade enquanto veículo de uma dança intensa e vigorosa que primava por exprimir os sentimentos mais primordiais do ser humano.
JOSÉ POSSI NETO diretor
Paulistano, é diretor de teatro, iluminador, coreógrafo e figurinista. Formou-se em Crítica e Dramaturgia pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, ECA/USP. Dirigiu a Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia. Atua no teatro, no cinema e em espetáculos musicais. Entre os principais prêmios que recebeu estão o Molière pela direção teatral de O Manifesto, Lilith a Lua Negra e Filhos do Silêncio; o APCA de melhor diretor por Emoções Baratas, melhor diretor de dança por Um Sopro de Vida e o de melhor espetáculo, com Três Mulheres Altas; e o Mambembe de melhor espetáculo, com Santa Joana, Filhos do Silêncio e Três Mulheres Altas. É irmão da cantora Zizi Possi, dirigindo-a em todos os seus espetáculos ao vivo. Além de Zizi, dirigiu também Maria Bethania - 25 Anos (Melhor Show Musical pela APCA, em 1993) e Summertime (1980); Bilbao Cabaré, com Cyda Moreira, (1989); e Sonho e Realidade, com Simone (1995). Também dirigiu Traições (de Harold Pinter, com Paulo Autran); De Braços Abertos (de Maria Adelaide Amaral, com Irene Ravache e Juca de Oliveira); Salomé (de Oscar Wilde, com Christiane Torloni); Coração Bazar (com Regina Duarte); O Evangelho Segundo Jesus Cristo (de José Saramago) e Um Porto Para Elizabeth Bishop (de Martha Góes, com Regina Braga), O Manifesto (de Brian Clark, com Beatriz Segall e Claudio Correia e Castro); e Geni (em parceria com Chico Buarque, com Marilena Ansaldi).
ANSELMO ZOLLA coreógrafo
Natural de Bebedouro, interior de São Paulo, o coreógrafo tem formação em Balé Clássico , Dança Moderna e Jazz. Atuou como bailarino na Dançarte Cia de Dança (Ribeirão Preto), para a qual idealizou sua primeira coreografia - Essa mulher, em 1989. Também foi bailarino do Teatro de Kaiserslautern e Teatro de Wiesbaden (ambos na Alemanha). No exterior, onde permaneceu por oito anos, Zolla criou obras para as companhias: Azet Dance Company, Teatro de Heidelberg, Teatro de Manheimem e Teatro de Kaiserslautern. No Brasil foi diretor artístico assistente da Quasar Cia de Dança (Goiás) e do Balé da Cidade de Sao Paulo. Na Cia de Dança Deborah Colker, foi assistente de direção e coreografia. Entre outros trabalhos, foi convidado para coreografar as companhias brasileiras: Cia de Danças de Diadema, Balé do Estado de Goiás, Cia de Danças Lina Penteado, Distrito Cia de Dança, Staccato Cia de Dança, Cia de Dança do Amazonase Balé da Cidade de Sao Paulo. Atualmente é diretor artístico, professor de dança contemporânea do Studio 3 em São Paulo e também diretor artístico da Cia Sociedade Masculina desde 2004. Cia. Sociedade Masculina Fundada pela bailarina Vera Lafer, a Cia. Sociedade Masculina, cuja direção artística é assinada por Anselmo Zolla e Vera Lafer, já é dona de uma trajetória importante no cenário da dança nacional e internacional. Formada por oito bailarinos cujas origens remontam as várias regiões do país, a companhia teve sua estréia internacional em setembro de 2005, no Espaço Pierre Cardin, na capital francesa. Em seu repertório, coreografias de importantes profissionais brasileiros como Deborah Colker, Henrique Rodovalho, Ivonice Satie e Anselmo Zolla. Em setembro de 2006, a Cia. Sociedade Masculina voltou ao solo francês para duas apresentações durante o Festival Le Temps D´Aimer, na cidade de Biarrtiz. A Cia. é sediada no Studio3 – Espaço de Dança, cuja direção geral é de Evelyn Baruque e Liliane Benevento, com assistência de produção de Gil Reichmann. Viabilizada pela Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), com patrocínio da Klabin atualmente é formada pelos bailarinos: Edgar Dias (SP), Eduardo Pacheco (RJ), Gustavo Lopes (CE), Jorge Fernandes (MS), Jurandir Rodrigues (MG), Luciano Martins (SP), Sérgio Galdino (PE) e Israel Alves (SP), que, juntos refletem a cultura brasileira, com uma mistura de origens, formações artísticas e trajetórias profissionais. Studio3 Cia. de Dança A criação da Studio3 Cia. de Dança representa a consolidação de um trabalho artístico cuidadosamente preparado pelo seu coreógrafo e diretor artístico Anselmo Zolla e direção geral de Evelyn Baruque e Liliane Benevento. Desde a sua criação em 2005, a companhia hoje conta com 11 intérpretes em seu elenco, provenientes de diversas formações e origens profissionais.
FICHA TÉCNICA
Marta Graham Memórias
Roteiro: Heloisa Abdelnur e José Possi Neto
Direção de Arte / Geral: José Possi Neto
Criação Coreográfica: Anselmo Zolla
Direção Musical: Felipe Venâncio
Cenário: Jean-Pierre Tortil
Desenho de Luz: José Possi Neto / Anselmo Zolla / Joyce Drummond
Figurinos: Angélica Chaves / Casa Romilda
Duração: 1h40m sem intervalo
Marta Graham Memórias
CIA. SOCIEDADE MASCULINA & STUDIO3 CIA. DE DANÇA
Local: Teatro Sérgio Cardoso
Endereço: Rua Rui Brabosa 153, Bela Vista
Dias e Horários: 17 e 18 de agosto (terça e quarta-feira, às 21h00)
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) com direito a meia-entrada
Compra: Bilheteria do Teatro: 11 32880136
Duração: 1h40m sem intervalo
Classificação: 12 anos
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