sexta-feira, 29 de abril de 2011

2º Encontro Nacional de Pesquisadores de Dança será em maio!



O 2º Encontro Nacional de Pesquisadores de Dança, organizado pela Associação Nacional de Pesquisadores de Dança (ANDA), será realizado nos dias 21 e 22 de maio, em Porto Alegre. A primeira edição do encontro foi realizada em Salvador, em 2008, e resultou na criação da ANDA.

Este ano, o encontro terá o eixo temático Contrações epistêmicas, reunindo trabalhos gerados na área da dança a partir de conhecimentos adquiridos em outros saberes. O objetivo é ampliar a área de conhecimento em dança. Dentro do tema acima, os trabalhos serão guiados em seus comitês temáticos: Produção de Discurso Crítico; Dança e Mediações Educacionais; Dança e (em) Política; Dança em Configurações Estéticas; Interfaces de Dança e Estados do Corpo; e Memória e Devires em Linguagem de Dança.

No momento, a organização do evento está finalizando os envio das cartas de aceite dos resumos dos trabalhos enviados. Quem desejar, pode participar do encontro apenas como ouvinte mediante pagamento da taxa de R$ 20. Mais informações pelo telefone (51) 3308-5880 e pelo email 2encontroanda@ufrgs.br.

O encontro será realizado na Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), localizada na Rua Felizardo nº 750, bairro Jardim Botânico.

Atualmente, a diretoria da ANDA está composta pelos seguintes nomes: Dulce Aquino (UFBA), Helena Bastos (USP), Kathya Godoy (UNESP), Lisete Vargas (UFRGS) e Marcos Bragato (UFRN). São suplentes: Leda Iannitelli (UFBA), Itala Clay (UFAM) e Adriana Bittencourt (UFBA). O Conselho Deliberativo e Fiscal: Gilsamara Moura (UFBA), Joubert Arrais (UFBA/UFC), Lenira Rengel (UFBA), Marila Velloso (FAP/PR ), Renata Xavier (PUC/SP) e Rita Voss (UBC/SP).

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A Dança em Porto Alegre... por Airton Tomazzoni



por Airton Tomazzoni • 20/04/2011

Durante a semana de Porto Alegre, um crítico teatral da cidade revelou um saudosismo de tempos melhores para a dança, relembrando o tempo no qual academias e as escolas realizavam grandes produções e tinham público garantido. Além disso, anunciava as grandes expectativas que o teatro local prometia, avaliando que a área teatral estava bem, mas a dança nem tanto. O parâmetro final usado para tal constatação era finalizado pela pouca participação de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul no noticiário da revista Dança. O engraçado é que as duas páginas do jornal em que a crítica foi publicada apareciam inúmeras (e bacanas!) ações de dança que se multiplicavam só naquele final de semana na cidade.

Tal ponto de vista me levou a fazer uma reflexão e lançar um olhar para os últimos 12 meses da dança em nossa cidade, para ver se também sentiria saudade do passado ou se realmente, como me parecia, as coisas não andam tão mal assim. Mesmo que possam – e mereçam – estar melhores, acredito que a dança está fazendo sua vez e os últimos meses (só para não nos estendermos pelos últimos anos) reforçam isso.

Sim, as escolas e academias não dominam mais a produção de dança. Aliás, a dança se multifacetou, pluralizou e se descentralizou em muitos sentidos. Para isso, há de se querer enxergar os quase 70 grupos que atuam hoje em Porto Alegre. Não apenas os vinculados a escolas de balé, como já foi a hegemonia de um passado não muito distante. Somam-se aí, para além de gostos pessoais, grupos folclóricos, de dança de salão, de dança do ventre, de dança de rua, de dança contemporânea, que passaram a estabelecer um outro cenário ao lado de tradicionais grupos e companhias que ainda se preservam e lutam para manter seus trabalhos.

Ok. Grupos temos, mas isso não implica necessariamente em produção, nem em qualidade de produção. Mas então vamos avançar. Em 2010 fomos presenteados com o projeto Dar carne à memória (foto), coordenado pela professora e bailarina Mônica Dantas, que colocou em cena o repertório de trabalhos da coreógrafa Eva Schul, desde o Berro Gaúcho, da década de 70, até criações memoráveis como os solos, que incluíam Cibele Sastre, Eduardo Severino, Luciana Paludo e Tati Rosa.

Tivemos Ivan Motta revisitando Fernando Pessoa e Heloísa Bertoli visitando Florbela Espanca. Tivemos a primeira produção de Alexandre Rittman, financiada pelo Fumproarte, permitindo se arriscar como criador para além dos balés de repertório. Tivemos duas exitosas produções do Grupo Experimental de Dança: Faz de conta que, com dança contemporânea para crianças e Pulp dances, mergulhando no universo do cineasta Quentin Tarantino. Até butô inspirado em Mario Quintana tivemos. Ainda mais recentemente, tivemos a estreia de Cem metros de valsa e um grama, vencedor do Prêmio Klauss Vianna, da Funarte.

Isso pra não falar de todo um circuito que não precisa mais de teatros e casas de espetáculos para sua produção e que vem criando novos formatos e modos de mostrar sua produção e processos. E só pra não alongar, tivemos a Muovere pelas ruas e vitrines e nos finais de semana pelos night clubs. Tivemos o Edu Severino, Lu Paludo e Luciano Tavares pelos parques da capital. Tivemos um bocado de belos encontros de contato improvisação que se espalharam pela cidade.

Então o buraco estaria onde? Menor reconhecimento? Daí, vimos o Eduardo Severino, mesmo concorrendo com qualificados e renomados atores da cena local, receber o Prêmio Braskem do festival de artes cênicas POA em Cena. E mais, o Prêmio do Júri Popular também não ficou com o teatro, mas com a dança: com o espetáculo My house, de Marco Rodrigues, reafirmando a qualidade da produção da dança de rua.

Tivemos, inclusive, um marco histórico, o primeiro edital da Lei de Fomento, onde mais uma vez, a dança afirmou sua qualidade, com a Terpsí sendo a primeira companhia a ser contemplada, entre grupos de teatro e dança. Um financiamento não para produção, mas para (finalmente) manutenção de grupos e companhias. Um impulso para a continuidade do Centro Coreográfico que a Carlota Albuquerque e sua turma vêm mantendo no Museu do Trabalho.

Poderíamos pensar que a dança perdeu eventos? Sim, o Conesul Dança. Mas e o Movimento e Palavra? O dança em foco – festival internacional de videodança? O Festival Internacional Dança.com? A Mostra de Dança Verão? A Mostra de Dança de Rua de Porto Alegre? O anúncio da segunda edição do Mesa Verde? O Vem Dançar – Festival Nacional de Dança? O III Encontro Meme de Arte Experimental? Isso sem falar das gurias da Cia. de Flamenco Del Puerto, nas noites da Cidade Baixa. E ainda tem mais: o coletivo da sala 209 da Usina do Gasômetro mantendo uma intensa programação e um profícuo intercâmbio de parcerias. E os Encontros da dança, promovidos pelo Centro de Dança que vêm mobilizando importantes discussões e diálogo permanente.

Tudo isso centralizado demais? E que tal pensarmos então no belo trabalho dos oficineiros de dança dentro da Descentralização da Cultura/SMC, como Bia Diamante, Maria Albers, Aline Karpinsky, entre outros.

Faltaria então inserção da dança na escola? Falta, mas também 2010 marcou história. As primeiras contratações de professores para atuarem no currículo da rede municipal de ensino!!! Pela primeira vez passamos a ter professores graduados EM DANÇA atuando em sala de aula e ganhando um salário digno. E ainda tivemos o curso de Graduação em Dança, na UFRGS, engrenando e recebendo sua terceira turma de vestibulandos.

De lambuja, na virada de 2010 para 2011, conquistamos novamente o respeito e valorização da dança na Casa de Cultura Mario Quintana e no Ieacen-RS (Instituto Estadual de Artes Cênicas), com a atuação de Marcelo Restori, Marco Filipin e Marcos Barreto, dispostos a parcerias, escutas e iniciativas.

Sim, se precisa de mais recursos para a área, seja nas esferas municipal, estadual ou federal, as temporadas oferecidas em teatros ainda são minguadas, o espaço de divulgação limitado e, muitas vezes, formadores de opinião incapazes de perceber as mudanças e suas novas solicitações. Isso que devo ter esquecido um bocado de coisas que nessas horas de “balanço” acabam fugindo. Sim, tenho um olhar comprometido de quem está à frente do Centro Municipal de Dança da Prefeitura de Porto Alegre. E com alegria, comprometido, pois afinal, acredito que se possa fazer e continuar mudando o cenário da dança em minha cidade. O fato é que me parece que a dança em Porto Alegre vai, quem quiser e puder que acompanhe esse movimento.

ARTIGO POSTADO NO idanca.net
http://idanca.net/lang/pt-br/2011/04/20/a-danca-em-porto-alegre-vai/17614

quinta-feira, 24 de março de 2011

Vem aí a 9ª Semana Nacional de Museus

Em comemoração ao Dia Internacional dos Museus, 18 de maio, o Instituto Brasileiro de Museus – Ibram e o Ministério da Cultura realizam há nove anos a Semana Nacional de Museus, que reúne instituições e profissionais de todo o Brasil para discutir temas pertinentes ao setor. A próxima edição, marcada para a semana de 16 a 22 de maio, vai abordar o tema “Museu e Memória”, em 3076 eventos, entre exposições, oficinas, seminários, ações educativas e saraus abertos ao público.

Segundo os organizadores, a 9ª Semana Nacional de Museus teve um número de participantes recorde, totalizando 1.009 inscrições, realizadas por museus, casas de cultura, arquivos públicos, fundações, galerias e pinacotecas. O aumento significativo no número de participantes, que no ano passado chegou a 588 instituições, e de eventos – em 2010 foram 1.763 – amplia o alcance dos objetivos do Ibram, que pretende com a Semana divulgar os museus de todas as localidades do Brasil, abrir um diálogo maior com a sociedade e afirmar a importância dos museus para o desenvolvimento sóciocultural.



Na edição passada, o Acesso acompanhou o debate Arte e Ensino – uma relação entre a escola e o museu, que aconteceu no Paço das Artes, em São Paulo, e entrevistou as responsáveis pela coordenação de educação da 29ª Bienal de São Paulo, Stela Barbieri, também diretora da Ação Educativa do Instituto Tomie Ohtake e Mariza Szpingel, oordenadora de arte da Escola da Vila.

Fique ligado! O Guia da Semana, com o roteiro de museus e eventos abertos ao público em 2011 deve ser divulgado nas próximas semanas. Acompanhe essa notícia no Acesso.


blog Acesso [democratizacaocultural@blogacesso.com.br]

sexta-feira, 4 de março de 2011

CONVITE: Audiência Pública da Música



A Secretaria de Estado da Cultura, através do Instituto Estadual de Música (IEM) e da Discoteca Pública Natho Henn, convida músicos, compositores, artistas, técnicos, produtores, educadores, comunicadores, trabalhadores da cadeia produtiva, gestores em cultura e representantes de entidades ligadas ao setor da música no estado do Rio Grande do Sul para Audiência Pública a ser realizada no dia 10 de março de 2011, ás 18hs, na Sala João Neves da Fontoura, o Plenarinho, localizada no 3° andar da Assembléia Legislativa, Praça Marechal Deodoro 101, Centro, Porto Alegre.

No encontro será feita a apresentação das políticas para o setor da música no estado do RS e dos programas e projetos das referidas instituições para o biênio 2011/12.

O quê: Audiência Pública da Música.
Data: 10 de março de 2011 – quinta-feira.
Hora: 18hs.
Local: Assembléia Legislativa do RS – Sala João Neves da Fontoura, Plenarinho, 3º andar.
Endereço: Praça Marechal Deodoro, 101 – Centro – Porto Alegre, RS.


Instituto Estadual de Música – Secretaria de Estado da Cultura
Rua dos Andradas, 736, 2º andar, sala 13
CEP: 90020-004 – Porto Alegre – RS - Brasil
+55 (51) 3226 9433
www.cultura.rs.gov.br

2ºENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM DANÇA

2ºENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM DANÇA DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISADORES EM DANÇA (ANDA)



Colegas pesquisadores
A Associação Nacional de Pesquisadores de Dança (ANDA) tem o prazer de convidá-los para o 2º Encontro Nacional de Pesquisadores a realizar-se em Porto Alegre, na Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul nos próximos dias 21 e 22 de maio de 2011,
Diretoria ANDA
Apoio: UFRGS

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISADORES EM DANÇA:
WWW.DANCA.UFBA.BR/ANDA/INDEX.HTML

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

SMC reabre a Livraria Ilhota no Mercado Público


Uma boa notícia para os que apreciam a produção cultural de Porto Alegre: está de volta a Livraria Ilhota, tradicional ponto de venda dos livros e cds publicados pela Secretaria Municipal de Cultura ou por ela financiados através do Fumproarte. A Livraria Ilhota fica no segundo andar do Mercado Público (loja 38), junto ao Memorial do Mercado e Observatório da Cultura.



Visita obrigatória para os turistas que vêm a Porto Alegre, o Mercado Público oferece um ponto de excelente visibilidade para os artistas e produtos culturais da cidade. Sem dúvida, uma opção de qualidade para presentear neste Natal.

Dentre os últimos lançamentos, podem ser conferidos os livros Vida nas cordas do violão, de Paulo César Teixeira, biografia musical do Prof. Darcy Alves; Colonos e Quilombolas: Memória fotográfica das colônias africanas de Porto Alegre de Irene Santos e Fumproarte 15 anos, com dados e um dvd institucional sobre o fundo municipal de cultura pioneiro no Brasil. Entre as novidades musicais estão os cds de estréia Portal dos Anjos do rapper W.Negro, Só mais um sobrevivente da banda Alvo do Sistema e Gisele Santi, dessa cantora e compositora.

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3225-0793, pelo e-mail assespe@smc.prefpoa.com.br, ou no Memorial do Mercado Público (loja 38, 2º. pavimento do Mercado).

Assessoria de Programação e Eventos
www.portoalegre.rs.gov.br/smc
www.culturaportoalegre.blogspot.com
www.twitter/sec_cultura_poa

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

I Congresso Brasileiro de Dança Moderna



Uma oportunidade única para os bailarinos e professores brasileiros de estarem em contato com professores referência das três mais importantes técnicas da Dança Moderna mundial - e base para a Dança Contemporânea - Técnicas de Martha Graham, de Lester Horton e de José Limón.
Professores altamente qualificados que lecionam nas mais importantes instituições em Nova York - Martha Graham School of Contemporary Dance, Alvin Ailey American Dance Center e Limón Institute.

No panorama da Dança Contemporânea mundial, em que observam-se os aspectos predominantes da multiplicidade e interseção de inúmeras referências e tendências no fazer artístico que leva à cena, ainda faz-se recorrente uma série de questionamentos no que tange o âmago deste ofício tão peculiar: a preparação corporal. De que forma o bailarino da contemporaneidade deveria se preparar? Quais as competências que deveriam este operário “braçal” da arte desenvolver para estar preparado para a cena tão diversa e tão profícua como a do momento em que vivemos?


Quando se fala de técnica, e isso é um aspecto particular do Brasil, ainda se tem a idéia de que apenas com a formação do Ballet Clássico se pode estar preparado para o mundo profissional da dança. Um fenômeno bastante interessante é observar que há grandes companhias profissionais contemporâneas cuja a aula de base de seus bailarinos ainda é apenas o Ballet Clássico e cujo fazer cênico pouco ou nada tem de correlação com esta técnica corporal. Ainda há aquelas companhias que, por não se identificarem com tal trabalho de preparação, carecem de fundamentação técnica para a formação e manutenção de seus artistas, resultando em trabalhos de respaldo físico pouco consistente.


E por que falar em Dança Moderna?

Dança Moderna é composta de várias ramificações técnicas que revolucionaram a História da Dança mundial a partir do final do século XIX, e portanto, antecedeu e propulsionou toda a revolução que alimentou a aual cena contemporânea. A maioria dos conceitos estabelecidos nessas décadas, constituíram-se em sólidas técnicas corporais, com vocabulários e linguagens bem específicas e que formaram e vêm formando, até hoje, profissionais da Dança em todo o mundo. Dentre essas técnicas de formação revolucionárias, pode-se citar as técnicas de Martha Graham, de Lester Horton, de José Limon e de Rudolph Von Laban. No Brasil, o movimento formador de Dança Moderna, implantado por pioneiros – nomes como Vera Kumpera, Renée Gumiel e Helenita Sá Earp, aos poucos, foi sendo obliterado e esquecido em função do surgimento da Dança Contemporânea, cujas pesquisas corporais, embora de grande importância e riqueza para o fazer em cena, ainda são muito experimentais para serem caracterizadas como técnicas de formação corporal. Alguns poucos profissionais lutaram e ainda lutam pela preservação de muitos desses conhecimentos no Brasil, inspirados na formação de bailarinos no exterior, que sempre contemplou e continua formando seus excelentes profissionais não apenas com o Ballet Clássico, mas fundamentalmente com as técnicas de Dança Moderna, de modo a deixá-los aptos e versáteis.

Sensível a estas questões, a bailarina e professora de Dança Moderna Andrea Raw Iracema, recém formada pela prestigiosa Martha Graham School em Nova York, vem, há dois anos, promovendo o evento intitulado Workshop de Técnica e Repertório de Martha Graham, numa inicitiva inédita de divulgação de uma das técnicas mais importantes da Dança Moderna mundial, tendo como colaborador o bailarino principal da Martha Graham Dance Company, Tadej Brdnik. Visando uma expansão e maior abrangência dessa iniciativa tão profícua, Andrea Raw Iracema resolveu associar-se à sua primeira mestra de Dança Moderna no Brasil, a consagrada Regina Sauer, fundadora e coreógrafa da Companhia Nós da Dança, da qual Andrea também fez parte. O Congresso Brasileiro de Dança Moderna é, na verdade, a terceira edição do Workshop que vem sendo realizado com sucesso por Andrea Raw Iracema no Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro nos anos de 2009 e 2010.

Apostando numa retomada muito necessária e bem-vinda do ensino de tais técnicas no país, a idéia central do I Congresso Brasileiro de Dança Moderna é, antes de tudo, fazer deste um evento de celebração, divulgação e inclusão de algumas das várias ramificações técnicas existentes na Dança Moderna no Brasil e no exterior, através da vinda de renomados profissionais estrangeiros convidados para este evento. Para o público de dança, assim como para o público em geral, este evento terá um caráter elucidativo, inclusivo e formador, permitindo aos participantes o contato com cada trabalho, de modo a fazer comparativos e traçar paralelos e interseções entre as técnicas, e principalmente, refletir sobre o papel de tais conceitos para o ensino e aprendizado da dança em todo o país.

PARTIVIPE!!
http://www.congressodancamoderna.com.br/congresso.php

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

V Fórum Pesquisa em Arte 2010

O QUE É?
O V Fórum Bienal de Pesquisa em Arte é um espaço institucionalizado de debates e de socialização de pesquisas nas diversas linguagens artísticas realizadas por profissionais da Universidade Federal do Pará e de outras IES, assim como por aqueles vinculados a instituições de Ensino Básico e Profissional.
O evento visa, por meio de discussões, reflexões, comunicações e performances, repassar à comunidade e, em especial, à classe artística, os resultados das pesquisas desenvolvidas intra e extra academia, estabelecendo um diálogo que permita maior inserção da universidade na sociedade.
O Fórum possibilita aos participantes e à comunidade vivenciarem experiências pedagógicas, estéticas, críticas, formacionais e éticas no domínio da arte, desde a sua implantação, no ano de 2002.

TEMA DO V FÓRUM
“Pro-vocações - trans-formações – re-voltas”.
Abrangerá afazeres e reflexões voltados à essência humanística da arte, vale dizer, a seu caráter subversivo, direto e não-mediado. Portanto, seguindo o avanço das outras edições, o V Fórum estabelecerá espaço-tempo em que propostas concretas de um mundo plural se desdobram, haja vista a disposição do pensar aportado na matéria e da matéria aportada no pensamento, ou seja, a culminância do indivíduo enquanto sujeito e objeto do/no mundo, na categoria de mentor deste último.

EIXOS RELACIONADOS AO TEMA
Processos de Criação, Transmissão e Recepção em Artes
Abrange o fenômeno artístico a partir de seu processo de instauração, seja como práxis, seja como reflexão crítico-conceitual, admitindo-se abordagens de caráter histórico, educacional, sociológico, psicológico, filosófico, antropológico e técnico.

Arte Contemporânea
Abrange o fenômeno artístico na contemporaneidade, seja como praxis, seja como reflexão crítico-conceitual, admitindo-se diversas abordagens de caráter sincrônico e/ou diacrônico.

SUBÁREAS
O V Fórum será organizado com o intuito de contemplar as diferentes subáreas de Artes. Dessa forma, o evento envolverá cinco subáreas, relacionadas ao tema e aos dois eixos, conforme as especificações a seguir:
Arte Educação, Artes Visuais, Arquitetura, Circo, Dança, Design, Teatro, Música

IMPACTO
Evento importante enquanto espaço de divulgação, de discussão e de reflexão sobre a arte contemporânea e as pesquisas em arte e seu ensino, seja no âmbito das universidades locais, seja no locus de outras universidades de diferentes regiões do país.
Acrescente-se a isto que esses fori hão permitido um intercâmbio entre pesquisadores de diferentes áreas artísticas, além de solidificado relações institucionais locais e de outras regiões apoiadoras e contribuintes à institucionalização do projeto em tela.
Outro aspecto relevante constitui a transformação do Fórum de Pesquisa em Arte em referência para pesquisadores, docentes, artistas e discentes de diferentes linguagens artísticas, permitindo a ampliação participativa no que tange às questões teóricas sobre a produção e fruição artística. Tal feito estabelece, por meio de suas ações, um rico diálogo entre pesquisadores, artistas e a comunidade participante do evento.
A continuidade de ações artístico-acadêmicas, tais como exposições, espetáculos, publicações, seminários, pesquisa e intercâmbios, durante o interstício dos anos 2008, 2009 e 2010, tornam premente sua intersecção dialógica em um momento e locais específicos, onde a pan heterogenia se confirme adrede ao inteiro composto de indivíduos, sejam laicos, eruditos, proletários, desempregados, jovens ou anciões que, pelo seu trabalho, pelo fato mesmo de existirem, justificam a institucionalização da vida acadêmica.

OBJETIVOS
Situar-se em posição de referência de discussões sociais por meio da produção e fruição das expressões artísticas comunitárias e acadêmicas;
Criar e institucionalizar um espaço de discussão e reflexão sistemático sobre a produção artística e o desenvolvimento de pesquisas nas diversas linguagens artísticas;
Estimular a divulgação de pesquisas em arte;
Fomentar o intercâmbio entre pesquisadores no âmbito local, regional, nacional e internacional, em particular, as universidades filiadas à UNAMAZ;
Difundir novas técnicas e metodologias relativas à pesquisa e ao ensino em arte em diferentes linguagens.

METAS
Instauração e fortalecimento de parcerias institucionais com o Governo do Estado e do Município, por meio das suas secretarias de educação e de cultura, bem como com ONGs, como a Fundação Ioschpe;
Atender à demanda de 200 professores das redes estadual e municipal de ensino, 100 professores e 100 estudantes de cursos de Arte da UFPA, UEPA, UNAMA, ESAMAZ e IES de outros estados e regiões, 100 artistas locais e de outros estados e regiões;
Realizar as seguintes atividades: Conferências, Mesas Redondas, Sessões de Comunicação, Seminário do PARFOR, Exposições, Mostra de Vídeos, Lançamento de Livros e Espetáculos.
Publicar os Anais do evento.

METODOLOGIA
O trabalho de organização do V Fórum ficará a cargo de uma equipe científica interdisciplinar composta por membros representantes das instituições participantes do evento - UFPA, UEPA, UNAMA, SEDUC.
A equipe de coordenação do evento desenvolverá os trabalhos de estruturação do fórum através de reuniões periódicas, para discussão e elaboração de propostas, realização de contatos e outras ações importantes à implementação do projeto. As etapas desse projeto agrupam-se em quatro grandes blocos de atividades. As primeiras são destinadas planejamento técnico-científico do evento, a segunda refere-se a sua viabilidade operacional, a terceira à realização do V Fórum propriamente dito e a quarta à sua avaliação.

CURSOS / OFICINAS:

1. Música > Análise de música cromática
Prof. Dr. Ricardo Bordini
Resumo: Estudo de composições eminentemente cromáticas e os problemas analíticos envolvidos nesse estudo. Gênese do cromatismo tonal, seu desenvolvimento e expansão na música do Século XX. Análise de excertos de Bach, Mozart, Beethoven, Berlioz, Tchaikovsky, Wagner, Mahler, Bartók, Stravinsky e Schoenberg.

2. MÚSICA > Pesquisa em Música
Profa. Dra. Jusamara Souza
Resumo: A pesquisa em música, como em qualquer ciência social, depende da disponibilidade de métodos de pesquisa solidamente fundamentada. Os principais objetivos deste curso são: a) examinar e tornar explícitos os pressupostos epistemológicos que informam a pesquisa em música, destacando a Educação Musical; b) abordar o espectro de temas de pesquisa que vêm sendo focalizados na área bem como as teorias e metodologias de pesquisa; c) avaliar as tendências recentes, finalidades e as repercussões da pesquisa em Educação Musical.

3. Dança > Corpografias em Dança Contemporânea
Profa. Dra. Rosa Primo
Resumo: O curso tem como objetivo problematizar as relações entre a dança contemporânea e suas corporeidades. Tendo em vista que na dança contemporânea o corpo ocupa um lugar central, notadamente na criação em dança, não sendo nem objeto, nem determinado por um sujeito, mas tornando-se ele mesmo “sujeito de sua dança”, busca-se tomar a noção de “corpo-dançante contemporâneo” em diversas dimensões conceituais. Daí corpografias, como mapas de intensidades, cujos lugares trabalhados pela dança contemporânea se definem como uma tentativa de mostrar outros corpos do corpo.

4. Dança > Linguagem da dança: provocações e transformações atravessadas nos corpos
Profa. Dra. Isabel Marques
Resumo: Este mini curso oferecerá oportunidades de diálogo entre a arte e a educação em seu sentido mais amplo – a arte como linguagem e forma de ler o mundo por meio de seus processos criativos e educacionais. Abordada na teoria e na prática, os encontros provocarão seus participantes a pensarem dançando a possibilidades de transformação na realização da dança como arte.

5. TEATRO > Corpo e Movimento
Prof. Dr. Hugo Rodas
Resumo: “A câmara lenta como recurso técnico". Conscientização do tempo tanto para a improvisação como para a composição do personagem

6. TEATRO > performance ou performance teatro?
Prof. Dr. Fernando Villar
Resumo: Muito além da banalização ou glamourização de dúvidas sobre performance, e muito além da dicotomização entre teatro e performance, teatro performance é uma interdisciplinar, ou uma indisciplina, ou uma anti-disciplina que celebra-se híbrido, singular e plural.

7. ARTES VISUAIS/ARTE EDUCAÇÃO > Territórios da Arte & Cultura
Profa. Dra. Mirian Celeste Martins
Resumo: Nas trilhas da arte/educação quais territórios percorremos? Sempre os mesmos? Como desaprender as amarras que teimam em marcar nossos caminhos de mediadores culturais, seja na escola, nas instituições culturais ou em ONGs? No espaço do Museu de Arte Sacra iniciaremos a conversa que continuará depois seguindo a trilha de nossas inquietações e provocações, na companhia dos parceiros deste curso, de obras, artistas, teóricos e da paisagem de Belém.

8. ARTES VISUAIS / MIDIA E TECNOLOGIA > Processos de criação: cadernos de artistas e narrativas gráfica
Profa. Dra. Lais Guaraldo
Resumo: O curso vai apresentar cadernos de artistas e analisar as diferentes funções desempenhadas por esse tipo de produção, assim como as estratégias cognitivas ali encontradas. Pretende-se observar a maneira como a produção de cadernos gráficos contribui para a elaboração de projetos poéticos, e contribuir para um maior repertório acerca dos processos criativos. Cadernos são folheáveis, de pequeno formato, e discretos. Essa natureza introvertida, portátil e ágil é, provavelmente, aquilo que mais desperta atenção e interesse entre aqueles que se dedicam a confeccionar um caderno ou pesquisá-lo. É considerado um “ateliê de bolso” pelos artistas, um companheiro, pelos viajantes, um suporte para anotações, para qualquer estudante ou profissional. Muitas vezes essas anotações participam de propósitos mais amplos. Também se destaca o hibridismo de linguagens presente em suas páginas, as diferentes maneiras das informações transitarem entre imagens e textos – que é o que caracteriza a linguagem gráfica. As potencialidades expressivas desse encontro de linguagens – verbal e visual – e o trânsito entre as dimensões privada e pública serão, portanto, a abordagem da reflexão e da experimentação visual-gráfica proposta pelo curso.

9. ARTES VISUAIS > Vídeo: Experimentações e Instalações
Prof. Dr. Paulo Bernardino
Ementa do Curso: A contemporaneidade do vídeo enquanto objecto artístico e as suas formas de expressão. Introdução à noção e especificidade do vídeo, enquanto imagem, técnica e meio de expressão e apresentação. Desenvolvimento de tutoriais da gramática e de técnicas de vídeo e familiarização com as diversas fases de um projecto de vídeo:
• planificação, conceptualização e pesquisa;
• edição não-linear apoiada por software, tipo: Adobe Premiere, Adobe Photoshop;
• apresentação/instalação e reflexão.
Requisitos: o curso é na sua essência teórico-prática, o que implica, espera e implementa uma grande capacidade do aluno quanto à gestão de matérias a abordar, assim como autonomia na investigação que ocorre inevitavelmente das adversidades técnicas.

A Cultura, a Arte e a Política Cultural



" A cultura é coisa do homem que mora num certo lugar e num certo tempo"
(Gerardo Mello Mourão)

Nas chamadas políticas culturais emergenciais, na maioria das vezes, são discursos onde a cultura não passa de uma fantasia, uma miragem no fim do túnel. Como ela não é assunto prioritário, foi transferida para a iniciativa privada. Os investimentos visam retornos, fala-se em números, percentuais, nas leis de renúncia fiscal, sem uma idéia clara de cultura e seu papel na sociedade. Todo mundo se acha no direito de opinar, o patrocinador, o empresário, o político, o produtor cultural, o professor universitário, o curador, etc. menos o artista e os que trabalham diretamente com as práticas artísticas, os operários da linguagem.

O que deveria ser uma política pública de cultura? Uma pergunta oportuna neste momento de transição política, quando as reivindicações reaparecem e as disputas por cargos públicos emergem. Antes de ser um problema de economia, de leis de incentivo, de política partidária, a cultura é um dispositivo da cidadania, um direito básico que deve fazer parte da formação do sujeito. Uma política de cultura deve primeiro levar em conta o quanto ela contribui para o imaginário das pessoas, tornando-as capaz de assumir decisões nas suas vidas. Que ela é uma forma de relacionamento com o mundo e seu cotidiano, antes de ser uma mercadoria e um objeto da política.

Relegada à condição de entretenimento, passou a fazer parte das diversões, regida pela economia da cultura. E tudo que faz a economia crescer, que gera emprego e renda é ético nesta sociedade onde o emprego é cada vez mais difícil. Mas a ética e lógica da cultura é outra. A diversão faz a economia crescer, atende a demanda de habitantes, eleitores e turistas carentes de lazer, mas poucas vezes contribui para o aumento do repertório. Neste ponto cultura, turismo e economia estão de acordo.

O homem vive entre a natureza e a cultura. E a cultura é uma construção do homem. Um trabalho. Resultado de um longo caminho. Cada cidade, estado ou região tem uma cultura que lhe é própria e múltipla. Uma política de cultura deve garantir a liberdade das diversas manifestações, sem qualquer interferência, e transferir as decisões para quem faz cultura, quem conhece as particularidades das linguagens, quem diretamente lida com o patrimônio material e imaterial que faz o acervo de uma cultura.

E quando se fala de artes, produtos diversificados e delicados e ao mesmo tempo conhecimentos específicos que fazem parte de uma cultura, o político, o produtor ou o atravessador deve ser substituído pelo técnico. E uma instituição que trabalha com as artes tem como princípio estimular a liberdade de expressão e não servir com extensão de outras políticas ou de outras instituições.

Almandrade
(artista plástico, poeta e arquiteto)