Documentário "Do TERRA ao GAIA!"
Sessão de Lançamento na Casa de Cultura Mário Quintana
Dia 16/01/2015, ás 19h30min. na Sala Norberto Lubisco
“Do TERRA
ao GAIA!” foi elaborada em 2012 como dissertação
a ser apresentada ao final do Curso de Pós-Graduação de Mestrado em Memória
Social e Bens Culturais da UNILASALLE. Um ano de levantamento teórico,
entrevistas e coleta de material (fotografias, jornais, etc.) a respeito de
dois grupos de dança culminaram em apresentação de dissertação, edição de um
vídeo, e publicação de duas obras. Contudo, um dos objetivos, do estudo, a
produção de um documentário, não teve possibilidades de ser realizado. No final
de 2013 foi reelaborado como projeto “Documentário Do TERRA ao GAIA” com
objetivo de produção de documentário sobre intervenções urbanas de dança na
capital do Rio Grande do Sul através do registro de memória dos Grupos de Dança
TERRA Cia. de Dança do RS e GAIA Dança Contemporânea. O projeto do documentário foi
selecionado para receber o PRÊMIO FUNARTE ARTES NA RUA 2013 em 11 de março de
2014, pela Portaria Nº 46 (publicado no Diário Oficial da União - DOU 12/03/2014 - Pg. 5
- Seção 1), na modalidade registro e
memória de grupos e suas atividades de arte na rua, com nº de inscrição 793.
Elaborado e realizado pela ArtMobile Cia, Promont Soluções, Cesar Gonçalves
Larcen Editor e Infinite Filmes, para lançamento em 2015.
INTERVENÇÕES
URBANAS DE ARTE
A partir da segunda metade do século
XX, os artistas começaram a apropriar-se da possibilidade de intervir no mundo
real e na cultura, irreversivelmente urbanos, levando
sua arte á espaços inusitados, como ruas, praças, etc., diversas iniciativas
artísticas buscaram novas relações sócio-espaciais e consolidaram a ideia de
intervenção urbana. Com objetivos de se aproximar da vida cotidiana, se inserir
no tecido social, abrir novas frentes de atuação e visibilidade para os
trabalhos de arte fora dos espaços consagrados de atuação, tornando a arte mais
acessível ao público, as artes cênicas tomam os espaços urbanos, desmontando de uma vez por todas a ideia de arte baseada no
consenso e possibilitando questionamentos e modificações na noção de público.
Uma intervenção é normalmente
inusitada e geralmente tem um caráter crítico, seja do ponto de vista
ideológico, político ou social, referindo-se a aspectos da vida nos grandes
centros urbanos. De
um modo geral, os diretores artísticos da segunda metade do século XX que
utilizaram as ruas e outras localizações urbanas não tradicionais, não
desejavam apenas buscar espaços novos para suas produções. As intervenções
urbanas, como invenção dos anos 60, são “filhotes dos protestos por direitos
iguais, das manifestações contra ditaduras e guerras, do tropicalismo e do
rock”. No Brasil, contracenar com o espaço público tornou-se especialmente
decisivo e urgente em 1985, no final da ditadura militar. Os artistas lançam
mão de procedimentos conceituais, ideológicos e estéticos para atuar com
domínio nos espaços públicos, levando suas lutas políticas, de cidadania e
posições contra convenções e rigores.
PORQUE
TERRA E GAIA?
O TERRA levou a dança a lugares não convencionais,
aproximando a dança do público. Deste modo, pode-se afirmar que o Grupo Terra
foi de grande importância para o cenário artístico gaúcho, seja por ter sido
uma das primeiras companhias de dança estruturadas do Estado, bem como pelas
propostas inovadoras, grande atuação e repercussão durante seu período de
existência. O GAIA dá continuidade e intensifica essa aproximação com o público
iniciada pelo TERRA, através dos flashmob
dance. Também traz suas próprias inovações, como pesquisas teóricas desenvolvidas
sobre o hibridismo entre dança e novas tecnologias, tendo como objeto empírico
a vídeodança e a dança interativa veiculada através da web.
Inovação na atuação é característico em
grupos de dança moderna e contemporânea como estes dois grupos, que se
assemelham, não apenas na essência de seus nomes, mas em seus objetivos e
finalidades.
CONCLUSÕES
São 20 anos que separam a criação do
TERRA e do GAIA. Entretanto Inovação na atuação é característico nestes dois
grupos, que se assemelham, não apenas na essência de seus nomes, mas em seus
objetivos e motivações. Apesar de se diferenciarem na criação de suas
intervenções urbanas e no tipo de proximidade com o público, o TERRA e o GAIA
são, sem dúvidas, desbravadores em suas intenções artísticas, precursores na
aproximação com o público e inusitados na utilização dos espaços não
convencionais. “O interessante é constatar que, apesar de realizarem trabalhos
completamente diferentes, os dois grupos tiveram a mesma motivação e o mesmo
objetivo para irem para as ruas. O motivo principal foi a falta de espaço
tradicional, teatros aptos a receber um espetáculo de dança, além de serem
muito caros. E o que nos parece, é que infelizmente estamos com o mesmo
problema, desde lá nos anos 1980 e ainda hoje em 2014. E o objetivo destes
grupos é a aproximação do público, cada um deles num grau diferente, mas a
aproximação parece fundamental.”
Realização: ArtMobile Cia.
/ Infinite Filmes / Promont Soluções
Apoio: Fundação
Nacional de Artes – FUNARTE, Ministério da Cultura, César Gonçalves Larcen
Editor
Ficha
Técnica: Pesquisa e Projeto: Ana Ligia Trindade, Patrícia Kayser Vargas
Mangan e Nádia Maria Weber Santos / Roteiro
e Direção Executiva: Ana Ligia Trindade, Cesar Gonçalves
Larcen e Nilton Cezar Carvalho / Direção e Montagem: Cristian Derois / Operação
de Câmera e fotografia: Bruna Ferreira / Som direto: Luís Lau e
Flavio Jazz / Produção: Fernanda Iranço
Agradecimentos: Casa de Cultura Mário Quintana, Casa Cultural Tony
Petzhold, Eneida Dreher, Heloisa Paz Vielmo, Sayonara Pereira, Simone Rorato,
Alessandra Chemelo, Daniela Aquino, Diego Mac, Joana Nascimento do Amaral,
Nilton Gaffree, Sandra Santos
Agradecimentos Especiais: Flávia Pilla Valle, Thais Petzhold
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