Entre os dias 29 de setembro e 1 de outubro, em Belo Horizonte (MG), aconteceu o Seminário Patrimônio Cultural Imaterial, uma iniciativa da Rede Catitu. Em sua primeira edição, o Seminário reuniu palestrantes de áreas de atuação diversas, que deram um panorama amplo sobre o tema. Estiveram presentes nas mesas de debates representantes do governo, de grupos culturais e do meio acadêmico, trocando experiências que, agora, estão reunidas em um documento que registra os principais pontos debatidos.
No relatório realizado pela organização do Seminário, publicado abaixo, você conhecerá apontamentos que poderão ser úteis para futuros debates e articulações em torno da salvaguarda do Patrimônio Imaterial. Como disse o coordenador do Observatório da Diversidade Cultural da PUC-MG, José Márcio Barros, “tradição é aquilo que pode ser colocado em um arco e enviado numa flexa para o futuro”.
Registros do I Seminário Patrimônio Cultural Imaterial
Sobre o incentivo e fomento ao Patrimônio Cultural Imaterial, bem como metodologias de inventários e registros, evidenciou-se:
• A necessidade eminente de priorizar os inventários: “conhecer para registrar”, ressaltando a importância do mapeamento que é, ainda, anterior ao procedimento de inventário de bens e manifestações culturais.
• Registros e planos de salvaguarda devem fazer parte da consolidação das políticas públicas para a cultura, em todos os âmbitos da federação, na área da preservação do Patrimônio Imaterial.
• Conhecer, sistematizar e possibilitar a transmissão e fruição dos Patrimônios Culturais Imateriais.
• Viabilizar meios (bem como estudar formas de conceber estes meios) geradores de sustentabilidade para o Patrimônio Imaterial.
• Todas as instituições devem trabalhar com a premissa de que o Estado e a sociedade civil são co-gestores do Patrimônio Cultural.
• As comunidades locais são parceiras necessárias nos procedimentos de inventários públicos de Patrimônios Culturais Imateriais. Deve-se estar atento à forma de difusão das informações coletadas, pois existem vários fatores em torno desse tema como o acesso à cultura e os direitos de imagem das comunidades.
• As demandas locais devem nortear a eleição das prioridades das políticas públicas a serem implementadas no setor do Patrimônio Cultural Imaterial.
• Os órgãos de licenciamento ambiental, que viabilizam a instalação e funcionamento de empreendimentos diversos, devem trabalhar de forma alinhada com os órgãos de proteção ao Patrimônio. Hoje, o mais comum é a emissão de licenças ambientais sem a oitiva de órgãos públicos do setor cultural acerca da viabilidade da implantação do empreendimento.
• A análise quanto aos “territórios” de expressão das manifestações culturais é de suma importância. O plano de salvaguarda de muitos Patrimônios Imateriais estão diretamente associados à preservação do espaço físico em que eles ocorrem.
Sobre as discussões jurídicas relacionadas ao Patrimônio Imaterial:
1. Paisagem cultural e sua relação com o Patrimônio Imaterial
• A paisagem cultural deve ser pensada como uma porção peculiar do território nacional à qual a vida e a ciência atribuem valor.
• A paisagem cultural não é um mecanismo de proteção, mas um procedimento administrativo que visa reunir diferentes mecanismos de proteção ao Patrimônio Imaterial, tais como tombamento, registro e declaração de interesse público sobre obras musealizadas.
• Existem dossiês em andamento, mas ainda não foi concedida pelo Poder Público nenhuma chancela de paisagem cultural no Estado brasileiro.
• A portaria do IPHAN, editada em 2008, que institui a proteção da paisagem cultural não parece ser o instrumento legal mais adequado para sua finalidade, uma vez que, como simples portaria, tal norma tem sua eficácia limitada.
2. Sobre a análise da legislação acerca dos tesouros vivos, com o relato da experiência do Ceará:
• Tal legislação surge da necessidade de se contemplar os guardiões dos conhecimentos tradicionais, “os mestres”, como Patrimônios Imateriais.
• Além da proteção aos mestres, as leis que reconhecem os tesouros vivos devem oferecer salvaguarda, ou seja, garantia de transmissão dos conhecimentos dos mestres às gerações vindouras.
• Há a necessidade da criação de um estatuto de proteção ao Patrimônio cultural, uma legislação que unifique e fortaleça o marco legal para o setor. A legislação atual sobre o tema é esparsa (várias leis, decretos e portarias, entre outros). É comum que esses vários instrumentos jurídicos sejam conflitantes ou inaplicáveis, o que dificulta a proteção ao Patrimônio.
• A proteção meramente declaratória de tesouros vivos é insuficiente, pois é preciso que se viabilize, inclusive via recursos financeiros, o incentivo e transmissão da produção cultural personificada nos mestres.
• O título de “tesouro vivo” é, por vezes, criticado, sob argumento de que a ideia de patrimonialização de pessoas poderia gerar a cristalização do conhecimento. Entretanto, a política de reconhecimento dos mestres deve ser vista como uma conquista social e cultural dentro do seguimento do Patrimônio Imaterial.
• A primeira lei de tesouros vivos do Ceará, editada em 2003, previa apenas o registro dos mestres enquanto pessoas físicas. Além disso, era exigido como contrapartida dos mestres a participação em palestras e cursos promovidos pelo poder público. A evolução do marco legal cearense veio em 2006, com a nova lei dos tesouros vivos, que ampliou o registro para grupos e coletividades.
• Duas propostas de leis interessantes podem ser: a criação de um livro específico do patrimônio vivo; um projeto de lei estabelecendo tratamento diferenciado para os mestres dentro da política pública de assistência social.
• Outra sugestão, a partir dessa experiência, é que os mestres, independentemente de sua condição socioeconômica, devem ser reconhecidos como tal desde que sejam, de fato, guardiões/mantenedores de Patrimônios Imateriais.
3.Sobre a biopirataria e a propriedade imaterial
• A previsão constitucional de proteção à cultura representa a superação do paradigma da perspectiva paternalista do Estado; e também a superação do estabelecimento de uma valoração cultural que só leve em consideração aspectos históricos e extravagantes.
• A Constituição Federal de 1988 nos levou à criação de uma identidade cultural baseada em referências internas e regionais.
• A Constituição Federal de 1988 também previu formas plurais de proteção à cultura, tais como os inventários, registros, tombamentos, vigilância e desapropriação.
• Os grandes desafios que se impõem à cultura, hoje, são a identificação de nossas referências culturais e a delimitação de um ponto de equilíbrio entre os interesses em jogo, nas esferas pública e privada.
• O inquérito civil público, promovido pelo Ministério Público, pode se constituir em registro documental para fins de proteção do Patrimônio, na medida em que seus membros se envolvam com a elaboração de relatos escritos, vídeos, fotografias e outras formas de registro. Um exemplo disso foi o reconhecimento público da importância cultural do grupo Giramundo.
• Com relação à biopirataria, foi citado o caso da Farmacopéia do Brasil que, em 1946, incluía apenas plantas e, hoje, só abrange fármacos químicos. O resultado desse processo é que as plantas nativas do Brasil acabam sendo patenteadas por empresas estrangeiras.
Sobre a discussão de casos concretos de proteção e promoção do Patrimônio Cultural Imaterial:
• A necessidade de sensibilizar, conscientizar e capacitar agentes nas comunidades e nos grupos mantenedores dos Patrimônios Imateriais, por meio de investimentos que viabilizem a formação em várias áreas do conhecimento, especialmente em: educação para o Patrimônio; inclusão digital; elaboração, execução e avaliação de projetos; economia criativa e economia da cultura; desenvolvimento sustentável; turismo comunitário.
• É imprescindível que o poder público ampare as comunidades guardiãs de Patrimônios Culturais Imateriais, principalmente quanto às questões de exploração de imagens e sons; apropriação privada de conhecimentos tradicionais e de direitos autorais; turismo depreciativo; apropriação de símbolos das manifestações culturais para fins comerciais, sem retorno ou aceitação das comunidades mantenedoras dessas manifestações.
• Em que pese ser o “registro”, o instrumento específico de reconhecimento e proteção no seguimento do Patrimônio Cultural Imaterial, independente desse instrumento jurídico, o que fica evidente é que comunidades e pessoas têm buscado o poder público para o reconhecimento oficial, bem como para a proteção de suas manifestações e bens culturais.
• Dos Patrimônios Culturais Imateriais existentes, poucos têm o reconhecimento Estatal.
• Necessidade de apoiar as medidas de salvaguarda do Patrimônio cultural, eleitas pelos próprios mantenedores do patrimônio. No estudo de caso do Samba de Roda da Bahia, que teve reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial pelo IPHAN, foram identificadas algumas medidas: o apoio à formalização de associações; fomento às apresentações do Samba de Roda; capacitações para mantenedores da tradição.
Sobre as discussões do Terceiro Setor na defesa e promoção do Patrimônio Cultural Imaterial, destacam-se:
• No Estado de Goiás, a mobilização social das festas populares propiciou a inserção da “Academia” na sociedade, diminuindo distâncias entre pesquisadores, ativistas culturais e mestres, que juntaram forças para a realização de audiências públicas em conjunto com o Ministério Público, no sentido de mobilizar as comunidades, para o mapeamento das manifestações folclóricas do Estado.
• No Espírito Santo há a Comissão Espírito Santense de Folclore que apoia a formação de comissões municipais de folclore em vários municípios, fortalecendo o setor. Também nesse Estado configuraram-se formas facilitadas de incentivo financeiro aos grupos mantenedores de tradição, tendo em vista a desburocratização do incentivo público e a capacitação de membros das comunidades para o recebimento e a prestação de contas de verbas públicas.
• No Pará tramita o pedido de reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial do Carimbó. E são econtrados desafios como a morosidade do procedimento de inventário, em função do baixo recurso público para tal, bem como em função do número insuficiente de técnicos nas Instituições Públicas de reconhecimento dos Patrimônios Culturais Imateriais.
• Em Minas Gerais há o Centro de Apoio Operacional ao Terceiro Setor – Ministério Público Estadual que, embora não tenha atuação restrita ao setor cultural, pode auxiliar nos processos de mobilização das comunidades e na discussão dos conflitos, além de capacitar associações quanto à prestação de contas quando do recebimento de verbas públicas.
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Investigação – Dança e Notação do Movimento

Investigação – Dança e Notação do Movimento
Liah Trindade
Patrícia Kayser Vargas Mangan
Rocelito Amaral
Apresentação
Este projeto de pesquisa é para investigação de DANÇA E NOTAÇÃO DO MOVIMENTO para elaboração de dissertação a ser apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Memória Social e Bens Culturais da Universidade La Salle. O projeto está sendo desenvolvido em parceria com a CID-UNESCO (http://www.cid-unesco.org), Instituição da qual a pesquisadora é membro (12799), e está sendo preparando um material para ser apresentado no “28º Congreso Mundial de Investigación de la Danza” (http://www.seccioncordobacidunesco.org/index.html) que é organizado pela “Sección Córdoba Argentina del Consejo Internacional de la Danza CID-UNESCO”.
Neste momento o trabalho está envolvendo integrantes do “Troupe ArtMobile Dance Cia” /Porto Alegre, da Comissão Brasil/CID-UNESCO e acompanhamento e orientação da Profa. Patrícia Kaiser da Universidade La Salle. O espaço ideal para o desenvolvimento deste projeto, com objetivos de medir conhecimento, análise e necessidades acerca de notação do movimento e ter um produto para elaboração de trabalho a ser apresentado inicialmente em Córdoba (Argentina) de 05 a 09 de janeiro de 2011 e posteriormente ao Curso de Mestrado em Memória Social e Bens Culturais da Universidade La Salle, foi cedido pelo Coordenador do Núcleo de Dança da Casa de Cultura Mário Quintana/Porto Alegre.
Esta investigação está organizada para ser aplicada em cursos de 3 a 6 meses e em workshops de eventos como seminários, congressos, festivais, encontros, etc.
1) Justificativa
Desenvolver um programa de computador que seja ferramenta de apoio para o trabalho do profissional coreógrafo, nos seus objetivos de criação coreográfica, remontagem de obras e registro para direitos autorais, trazendo não apenas praticidade e rapidez na descrição do movimento, mas também uma linguagem acessível para os profissionais da área da dança (professores, bailarinos, diretores artísticos, produtores, etc.), é a principal finalidade dos estudos aprofundados dos sistemas de notação do movimento. Uma simbologia simples, sistematizada, padronizada e normalizada, de fácil identificação pelos profissionais da área, se faz urgente e necessária para que o uso da notação venha a ser uma rotina e não um fardo no registro de uma obra coreográfica. O desenvolvimento de um s istema com estas características permitirá que um usuário interprete independente de seu conhecimento profundo de qualquer formulário de notação, enxergue o movimento proposto, e tenha condições de reproduzi-lo. Tal sistema tem o uso considerável como uma ferramenta para registro e preservação da memória coreográfica.
2) Objetivo
O projeto tem o objetivo de medir conhecimento e necessidades acerca de notação do movimento, de análise de sistemas de notação e ter um produto para o desenvolvimento de software de notação de dança (estudo e pesquisa elaborada junto ao Curso de Mestrado Profissional em Memória Social e Bens Culturais da Universidade La Salle, sob orientação da Profa. Patricia Kayser Vargas Mangan.
3) Metodologia
A proposta é de ministrar aulas práticas de dança (ballet) para alunos de dança (qualquer estilo) adultos de nível iniciante/intermediário; aulas expositivas de introdução á notação do movimento (conceitos, histórico, terminologia, sistemas, tecnologia, profissão, direitos autorias, ferramenta de trabalho e ensino); observação e discussão acerca de notação e sistemas existentes e análise do formulário “DanceWriting” para descrição de exercício técnico para aulas de dança e montagem coreográfica; seminário de discussão e elaboração de sistemas de notação.
4) Retorno de Interesse Público
Aulas gratuítas de dança, estudo teórico de notação do movimento, DVD de investigação para profissionais da área e livro de estudo do tema. Material para elaboração posterior de um formulário informatizado de notação do movimento (software) com linguagem clara e acessível e sistema amigável, prático e rápido para utilização dos profissionais no registro e preservação de trabalhos coreográficos.
5) Público Alvo
Adultos estudantes de dança (qualquer estilo) de nível iniciante/intermediário.
6) Ficha Técnica
Liah Trindade - Professora de ballet/pesquisadora
Rocelito Amaral - Pianista/Notador
Patricia Kaiser Vargas Mangan - Coordenação/Orientação
7) Qualificação dos Integrantes
Liah Trindade - Diretora artística do "Troupe ArtMobile Dance Cia.", bailarina, coreógrafa e professora de ballet e dança de salão. Especialista em Dança pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Mestranda em Memória Social e Bens Culturais da Universidade La Salle, Member of International Dance Council ? CID/UNESCO (CID/UNESCO 12799 - SATED 6044/88 ? DRT/RS 2205), Pesquisadora CNPq/Unilasalle em Memória, Cultura e Identidade, Pesquisa CID/UNESCO em Notação Coreográfica e integrante da Comissão p/presença e atuação do CID-UNESCO no Brasil.
Rocelito Amaral - Músico (piano, violão, flauta, percussão), Coordenador e ensaiador do "Troupe ArtMobile Dance Cia.", Member of International Dance Council CID/UNESCO, Pesquisador CID/UNESCO em Notação Coreográfica e integrante da Comissão p/presença e atuação do CID-UNESCO no Brasil.
Patrícia Kayser Vargas Mangan - Graduada em Ciências da Computação pela UFRGS, Mestra em Ciências da Computação pela UFRGS, Doutora em Engenharia de Sistemas e Computação pela COPPE/Sistema de Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora do Centro Universitário La Salle na graduação, especialização e pós-graduação stricto sensu. Professora orientadora do Curso de Mestrado Profissional em Memória Social e Bens Culturais, pertencendo a linha de Linguagens e Cultura.
Porto Alegre, 2010
Líah Trindade (Ana Ligia Trindade)
ligia-trindade@bol.com.br – (51)99624648
Member of International Dance Council – CID/UNESCO
CID/UNESCO 12799 - SATED 6044/88 – DRT/RS 2205
Maitre de Ballet / Coreógrafa / Pesquisadora
Especialista em Dança – PUCRS
Mestranda em Memória Social e Bens Culturais – UNILASALLE
Espaço Cultural ArtMobile/Troupe ArtMobile Dance Cia.
artmobiledance@gmail.com – (51)32170622
http://artmobiledance.blogspot.com
http://troupeartmobiledance.no.comunidades.net
Estudos/Montagens Coreográficas (Ballet Clássico, Moderno, Contemporâneo)
Pesquisa CNPq/Unilasalle em Memória, Cultura e Identidade
Pesquisa CID/UNESCO em Notação Coreográfica
Comissão p/presença e atuação do CID-UNESCO no Brasil
XII SIMPÓSIO INTERNACIONAL IHU: a experiência missioneira - território, cultura e identidade

A Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, sob a coordenação do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, e apoio do Programa de Pós-Graduação em História promove o XII Simpósio Internacional IHU - A experiência missioneira: território, cultura e identidade, em São Leopoldo/RS.
De 25 a 28 de outubro de 2010.
PARTICIPE!!
http://www.unisinos.br/eventos
Em 2010 o IHU realizará o XII Simpósio Internacional IHU, com o título “A experiência Missioneira: território, cultura e identidade”, entre os dias 25 e 28 de outubro, no campus da Unisinos, em São Leopoldo - Rio grande do Sul. Neste simpósio estão previstas atividades que em seu conjunto ultrapassam 40 horas de duração, distribuídas entre conferências, mesas redondas, minicursos, dentre outras. Ele reunirá pesquisadores e conferencistas do Brasil e de outros países, sendo que já tem confirmada a participação de importantes pesquisadores do tema como Paula Montero (CEBRAP/USP), Bartolomeu Meliá (CEPAG, Paraguai), Cristina Pompa (CEBRAP), Ana Meira (IPHAN, RS), Graciela Chamorro (UFGD, MS), etc.
Neste XII simpósio internacional, o tema abordado está relacionado com uma série de outras atividades e publicações do Instituto sobre território, identidade e cultural, que podem ser conferidas no sítio do IHU, onde constam todas as suas publicações, notícias e entrevistas diárias, relatos de eventos e debates promovidos pelo IHU, dentre outros.
Poder-se-á perceber que o IHU foi e é um dos poucos meios de comunicação a perceber a importância do movimento indigenista e sua cultura na América Latina e tem feito repercutir na região Sul e no país todo, por meio das mais de 40 mil visitas mensais que seu sítio recebe, questões relacionadas à conjuntura da América Latina, dos territórios, da cultura, do diálogo intercultural, dentre outros.
O evento proposto terá abordagem interdisciplinar, debatendo a questão da territorialidade e seus impactos em dimensões sociais, culturais, identitárias, no mundo globalizado, dentre outras. Para garantir a abordagem plural e interdisciplinar, o IHU conta com a parceria de diferentes Programas de Pós-Graduação da Unisinos, como o de História, Ciências Sociais, e de outras instituições, como o IPHAN/RS, além do apoio da Universidade como um todo, relativo à divulgação, infraestrutura, dentre outros.
Portanto, a comunidade científica, em especial os pesquisadores ligados às áreas de conhecimento de História, Arquitetura, Arqueologia, Antropologia, Filosofia, Direito, Teologia, e outras afins, estão convidados a participarem do Simpósio, mediante inscrição de seus trabalhos.
Objetivo Geral
Refletir sobre a experiência missioneira jesuítica nos 400 anos da fundação das primeiras reduções da Província da Companhia de Jesus do Paraguai numa perspectiva multidisciplinar.
Objetivos Específicos
• Discutir a relação das missões do Paraguai com outras experiências missionárias: avanços, perspectivas e pesquisas recentes;
• Avaliar e debater os fundamentos ético-morais e filosófico-jurídicos das missões;
• Identificar e analisar modelos e estratégias de ação no contato com as sociedades do Novo Mundo e do Oriente;
• Analisar a experiência reducional enquanto processo que colocou em comunicação povos e práticas culturais, estabelecendo inter-relações entre saberes e fazeres.
Público alvo
Professores(as), pesquisadores(as), estudantes universitários(as) e comunidade em geral.
SEMINÁRIO: Pensar a dança... além dos editais!
A cultura dos editais impregnou as artes, impregnou a dança. Criou-se um vínculo de dependência. Poucas companhias de dança sobrevivem fora desse contexto, pois o mercado da dança ainda é incipiente.
Esta realidade é observada não apenas no Brasil, mas em todo mundo. Termos como pesquisa de linguagem, projetos continuados, sustentabilidade, formação de platéia, políticas públicas, dentre outros, permeiam o universo da dança em tempos de fomento.
Sabemos que política de editais não é política cultural. Mas pouco sabemos sobre outros mecanismos que legitimem nossa ação profissional frente ao mercado cultural e frente à sociedade. O cenário político ora nos favorece, ora nos desola.
O seminário "Pensar a Dança... Além dos Editais" objetiva agregar profissionais da dança, estudantes, professores, produtores, pesquisadores, gestores da cultura e demais interessados inaugurando mais um espaço para contextualização, exposição de cases, discussão, reflexão e ações propositivas.
Quando: Dezembro 2010
Local: a definir
Realização: Radar Cultural
Informações: pensaradanca@gmail.com
Esta realidade é observada não apenas no Brasil, mas em todo mundo. Termos como pesquisa de linguagem, projetos continuados, sustentabilidade, formação de platéia, políticas públicas, dentre outros, permeiam o universo da dança em tempos de fomento.
Sabemos que política de editais não é política cultural. Mas pouco sabemos sobre outros mecanismos que legitimem nossa ação profissional frente ao mercado cultural e frente à sociedade. O cenário político ora nos favorece, ora nos desola.
O seminário "Pensar a Dança... Além dos Editais" objetiva agregar profissionais da dança, estudantes, professores, produtores, pesquisadores, gestores da cultura e demais interessados inaugurando mais um espaço para contextualização, exposição de cases, discussão, reflexão e ações propositivas.
Quando: Dezembro 2010
Local: a definir
Realização: Radar Cultural
Informações: pensaradanca@gmail.com
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
SEMINÁRIOS - Panorama Festival
Mais uma vez, o Panorama abrirá espaço para as discussões. Nesta edição serão realizados dois seminários.
Como já acontece há dois anos, o Seminário Economia da Dança apresentará temas relativos à sustentabilidade na área, levantando questões sobre fomento, direitos trabalhistas e outros tópicos relevantes sobre o tema. Com convidados internacionais e de vários estados do Brasil, o Seminário acontecerá nos dias 16 e 17 de novembro, no auditório do BNDES. As inscrições podem ser feitas pelo seminarios@panoramafestival.com.
Este ano, o Panorama colocará em pauta também questões relativas ao corpo político. O Seminário ComPosições Políticas vai promover um intercâmbio de informações e experiências sobre os diversos cruzamentos contemporâneos entre arte e política. O encontro será de 12 a 15 de novembro, no Centro Cultural Cervantes e no Centro de Artes da Maré. Inscrições pelo email cpp@panoramafestival.com.
Once again, Panorama 2010 will open space for debates. Two seminars will be held this year. As in the two previous years, the Dance Economy Seminar will present themes regarding sustainability, raising issues about financing, labor rights and other relevant aspects of the theme. With guests from different countries and different regions of Brazil, the seminar will take place on November 16 and 17, at the BNDES auditorium. Submissions can be sent to seminario@panoramafestival.com.
This year, Panorama will also touch upon issues regarding the political body. The ComPosições Políticas seminar will promote an exchange of information and experience about the different contemporary intersections between art and politics. The encounter will happen from November 12 to 15, at Centro Cultural Cervantes. Submissions can be sent to cpp@panoramafestival.com
Como já acontece há dois anos, o Seminário Economia da Dança apresentará temas relativos à sustentabilidade na área, levantando questões sobre fomento, direitos trabalhistas e outros tópicos relevantes sobre o tema. Com convidados internacionais e de vários estados do Brasil, o Seminário acontecerá nos dias 16 e 17 de novembro, no auditório do BNDES. As inscrições podem ser feitas pelo seminarios@panoramafestival.com.
Este ano, o Panorama colocará em pauta também questões relativas ao corpo político. O Seminário ComPosições Políticas vai promover um intercâmbio de informações e experiências sobre os diversos cruzamentos contemporâneos entre arte e política. O encontro será de 12 a 15 de novembro, no Centro Cultural Cervantes e no Centro de Artes da Maré. Inscrições pelo email cpp@panoramafestival.com.
Once again, Panorama 2010 will open space for debates. Two seminars will be held this year. As in the two previous years, the Dance Economy Seminar will present themes regarding sustainability, raising issues about financing, labor rights and other relevant aspects of the theme. With guests from different countries and different regions of Brazil, the seminar will take place on November 16 and 17, at the BNDES auditorium. Submissions can be sent to seminario@panoramafestival.com.
This year, Panorama will also touch upon issues regarding the political body. The ComPosições Políticas seminar will promote an exchange of information and experience about the different contemporary intersections between art and politics. The encounter will happen from November 12 to 15, at Centro Cultural Cervantes. Submissions can be sent to cpp@panoramafestival.com
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
ESPECIAL PRODUÇÃO CULTURAL

O Portal Artistas Gaúchos está criando uma sessão especial para ajudar artistas e produtores independentes com suas dúvidas relacionadas a editais, montagens, enfim, todo o tipo de projeto cultural. A sessão é uma parceria com a LIGA e as questões serão analisadas e respondidas por Dedé Ribeiro e Luiza Pires. Esta sessão também publicará dicas e notícias relacionadas com gestão e produção cultural. Participe!
Envie sua pergunta para dede@liga.art.br
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Algumas respostas de Dedé Ribeiro
Tenho um projeto aprovado pela lei Rouanet. Posso inscrever este mesmo projeto na Lic? Posso ainda complementar os 20% que a Lic não contempla, com a Rouanet? (Clleber Passus)
Pode inscrever sim. As Leis podem ser usadas complementarmente. Só não pode pagar a mesma rubrica nas duas leis. É só decidir o que será pago com cada uma. É importante lembrar que é preciso captar ao menos 20% do valor total do projeto, para movimentar a conta.
Tenho muito interesse em trabalhar na área de produção. Tenho pouquíssima experiência profissional e nunca trabalhei no ramo de produção. Faço faculdade de jornalismo, moro em São Paulo, capital e ainda não pude fazer nenhum curso de produção. Como faço pra conseguir emprego em Produção - voltada, de preferência, pra música? Espalhar currículos via email pra todos os escritórios de produção que conheço ainda não deu resultado, não sei se estou fazendo direito... Meu interesse é ganhar experiência, viver nesse ambiente de produção, seja em escritório ou seja atuando como assistente dos produtores que acompanham os shows. E, ainda, você sabe de cursos não-caros de Produção por aqui, ou de alguémque possa me indicá-los? Nossa, esta tua sessão no portal é sensacional! (Karen Holtz)
Eu não sou a melhor pessoa para falar do mercado em SP, mas se for como aqui, os currículos para produtoras não funcionam muito mesmo. Tem muita oferta e as pessoas procuram contratar quem elas já conhecem ou já viram trabalhando. Acredito que a melhor forma de começar é criar uma produção tua. Tem sempre artistas (muitos, em todas as áreas) procurando produtores. Se precisares, mando uns do sul que adorariam fazer apresentações em São Paulo! Também podes imaginar algo e montar um projeto, como um festival, uma mostra, ou o que mais gostares. Na internet vais encontrar muitas dicas de como começar um trabalho. Também acho que na internet podes achar um curso bom e barato. Só verifica se os ministrantes tem realmente um bom currículo e experiência. Mesmo se fizeres uma pequena produção (como um show em um café) já vais aumentar a tua rede de contatos e criar um currículo. Também te convido para conhecer meu blog (http://dederibeiro.wordpress.com), onde seguidamente dou dicas de produção. Abraços e boa sorte.
Gostaria que me falasse a diferença entre um PRODUTOR e um PRODUTOR EXECUTIVO em um Festival de Teatro. Sou do RJ e estou tendo este problema, pois não sabem onde me encaixar. (Bruna Silveira)
Produtor é um termo genérico que designa tanto o produtor executivo, quanto o diretor de produção e até mesmo o assistente de produção. O que existe é a diferença entre Diretor de Produção (que cria as estratégias, coordena os envolvidos e se responsabiliza por tudo) e Produtor Executivo ( em festivais, cada produtor executivo se encarrega de uma área, tipo logística, técnica, transporte, etc...).
Olá Dedé, moro aqui em Ipatinga e trabalho desde pequeno com circo e teatro, hj trabalho em uma industria de seg a sexta, e aos finais de semana animo aniversario infantil de palhaço/malabaris/mágicas etc.., e tenho um programa de TV infantil aos sábados no canal a cabo, sou produtor de uma banda de axé (Swingaço) e outra de pagode (Muleke Malicia), realizo tbm as vezes eventos particulares com as minhas prorpias bandas e tudo. Mas agor irei estudar, como arrumo tempo pra ficar na internet, pra contactar show pras bandas? Me dá um conselho? (Marcelo Kirsch)
Achei muito divertida a tua pergunta, porque nós todos aqui temos muita necessidade de mais horas num dia. Tenho me organizado para gerenciar os sites de relacionamento (facebook, myspace) e o site da Liga uma hora por dia. O Blog me toma mais tempo, então posto de dois em dois. O twitter eu deixo aberto e dou uma olhada as vezes, enquanto falo ao telefone. Talvez o que seja interessante, no teu caso, é distribuir algumas tarefas com as bandas, tipo o gerenciamento do myspace. Te desejo muito sucesso, para que tu logo possas te dedicar só à arte.
Qualquer empresa pode patrocinar eventos através da LIC ou Rouanet ou deve ser tributada de uma forma específica? Qual o percentual que elas podem abater nestas duas leis? (Marcelo Kirsch)
Para a Lei Rouanet, a empresa tem que ser optante de lucro real e pode deduzir até 4% do Imposto de renda devido. Para a LIC, o prcentual varia de estado para estado, mas as empresas deduzem do ICMS devido. No RS vai de 4% a 20% dependendo do faturamento da empresa.
Moro aqui na cidade de Rio Grande, como aqui tem uma grande quantidade de pequenos e grande produtores de Jurupinga, pensei em fazer a 1º Festa da Jurupinga, que provavelmente será nos dia 3, 4, 5, 6 e 7 de setembro deste ano. Nesta festa estamos pensando em diversas atividades culturais com shows musicais e teatrais, exposições artísticas de livros, CDs e artesanatos. Como posso fazer para conseguir apoios de leis de incentivo a cultura e patrocinadores para esse evento venha a acontecer? (Maicon Gomes)
Se vocês mantiverem estas datas, provavelmente não terão tempo para utilizar as Leis de Incentivo para 2009. A Rouanet tem levado de 5 a 8 meses para aprovar. Se contarmos o tempo da preparação do projeto e, depois, da captação de recursos, já vemos que não dá. Talvez seja o caso de já montar o projeto para o próximo ano. Sugiro que procure um produtor cultural (confiável, com bom currículo) para montar este projeto e apresentar para as Leis de Incentivo. Também é prudente sondar possíveis patrocinadores antes, para ver qual lei seria a mais adequada (isso economiza tempo e dinheiro).
Por gentileza me esclareça uma dúvida. Trabalho como organizador de eventos, porém fui contratado para ser produtor de um Grupo de Teatro para realizar uma tournee em um grande projeto. Quais são as funções especificas de um produtor nesta area, como poderei ajudar da melhor forma o grupo, sempre trabalhei em bons eventos que agregão tudo, e nunca com um unico artistano caso um grupo. (Roger Lopes)
Quando se trabalha com um artista ou um grupo, a idéia principal é criar uma estratégia, com cronograma, metas e objetivos claros. É preciso conhecer bem o trabalho e o público ao qual esse produto cultural se dirige. Depois fica fácil botar o bloco na rua: marcar os teatros, contratar luz e som, a logística de hotel, alimenação, transporte, mídia, etc. Boa sorte!
Li alguns artigos no site e tenho algumas dúvidas: Qual a diferença entre produtor cultural da área de logística e da área técnica? Os comprovantes para tirar registro profissional podem ser programas e certificados que constam o nome do produtor? Este registro é feito junto ao SATED? (Cida Perfeito)
As atribuições dos produtores mudam de acordo com a área que estão trabalhando. Uma exposição de artes visuais terá necessidades diferentes de uma peça de teatro, mas vou te dar um exemplo de música: o produtor executivo logístico cuida de hospedagem, alimentação, translados. O produtor técnico cuida de sonorização, iluminação, montagem de palco, esse tipo de coisas. No RS o registro é encaminhado pelo SATED para o Ministério do Trabalho.
Oi Dedé, acabei de descobrir o site artistasgauchos e achei tri legal, estou entrando na área de produção e ainda tenho muitas dúvidas sobre a carreira, principalmente burocráticas, já que se aprende muito mais na prática. Minha maior e primeira dúvida é: qual é a diferença, na prática e no papel, de um produtor executivo para um produtor cultural/artístico (esses dois últimos não sei se são a mesma coisa e só muda o nome)? (Sheila Uberti)
O Produtor executivo é na área de cultura é um Produtor Cultural (nome genérico para todas as funções de produção na área de cultura). A diferença está entre um diretor de produção e um produtor executivo. Nesse caso, o diretor de produção é o que cria todas as estratégias e coordena os produtores executivos. Já o produtor executivo, como diz o nome, executa este plano, podendo se especializar numa área (logística ou técnica, por exemplo) ou fazer tudo.
Faço parte de uma banda que mistura o ritmo e a poesia de uma forma clássica e bastante peculiar, e que com suas letras incentiva a cultura e incita seus ouvintes à leitura. Uma sonoridade rica, forte e coesa, que define em poucos acordes a "cara" da banda. Meu email refere-se à minha busca por alguma produtora, que de alguma forma lapide o ouro bruto. Aguardo retorno. (Rafael Pereira)
Não tem sido fácil conseguir produtores, nem para artistas renomados. O meu conselho é buscar alguém que esteja disposto a aprender e que possa crescer junto com a banda.
Como preparar um bom portfólio? O que preciso observar? O que é mais importante? Acho sempre difícil apresentar resumidamente o que realizei ao longo de minha trajetória como artista, não sei o que priorizar e nem muito bem o que observar para poder apresentar de forma a que possa competir com o que hoje esteja sendo realizado. Ah, minha área é Artes Plásticas.(Maria Elena Gerhardt, Meg)
Meg, não existe uma fórmula pronta. Os portfólios dependem muito da criatividade de casa artista. Alguns recorrem a um designer gráfico e outros dão conta desta parte sozinhos. Atualmente as capas artesanais são mais valorizadas que antes (antes significavam falta de profissionalismo, mas agora já não), e o melhor formato segue sendo o A4, por ser manuseado e arquivado com mais facilidade. Os textos devem ser curtos, simples e diretos, com uma linguagem jornalística. Se houver textos poéticos, eles devem ser apresentados junto com as fotos da obra e não dentro do texto de apresentação, para não comprometer a objetividade. As fotos de obras devem ter a melhor qualidade de obtenção e reprodução, senão funcionam como "gol contra". Pode-se incluir reprodução de matérias jornalísticas, mas apenas as 4 ou 5 melhores. Não esquecer nunca o contato da artista em destaque.
Sou coordenador da área de comunicação social em um órgão público de Belo Horizonte, mas não sou jornalista e nem estudo na área, faço arquitetura (é meu grande amor), por isso gostaria de te perguntar como faço para tirar o Registro Profissional de Produtor Executivo? Só consigo fazendo curso técnico na área?(MCs Don e Mingau)
Eu não sei como está a situação do SATED (Sindicato dos artistas e técnicos em espetáculo de diversão) em BH, mas na maior parte do Brasil é este o sindicato responsável pelo encaminhamento do registro profissional ao Ministério do Trabalho. O SATED vai exigir a comprovação da produção de 3 produções ou o diploma em curso superior cadastrado (o próprio SATED deve informar se há algum aí em BH).
Dedé, quero agenciar e vender shows de 5 músicos e pretendo também vender o shows deles pelo Brasil. Como funciona esse tipo de trabalho burocraticamente? E como deve ser o escritório? Tem algum lugar onde eu possa coletar essas informações?(MCs Don e Mingau)
Burocraticamente, tem que procurar um contador e pedir que ele abra uma empresa de Produção Cultural. Para o registro profissional (não obrigatório) precisa procurar o SATED de seu estado, pois é o SATED que encaminha a carteira de trabalho para o Ministério do Trabalho (em alguns Estados brasileiros, esse registro não tem utilidade e ninguém faz). O escritório é como qualquer outro, muitos produtores nem tem escritório. Basta um computador com internet rápida e um telefone sempre ligado. Espero ter ajudado...
Qual a melhor forma de remunerar um produtor executivo em um projeto aprovado pela lei rouanet de nove meses? Por salário mensal, comissão de valor captado ou cachê?(Aline Proetti)
Olá, Aline! Isso depende um pouco do tipo de trabalho. Se o produtor executivo estará atuando em todas as etapas do projeto, o melhor é um valor mensal (que entrará na forma de cachê e não de salário, já que a Lei não prevê encargos trabalhistas). Se ele atuar apenas em determinada etapa (ex. acompanhar artista em turnê), então o cachê pode ser pago de uma só vez (ou duas, 50% antes e 50% depois). Apenas o captador de recursos (agenciador, na nomenclatura utilizada pelo MinC) recebe por comissão.
Dedé, tenho uma dúvida a respeito de qual é a melhor maneira de encaminhar um projeto às Leis de Incentivo (Fumproarte e LIC Federal, especificamente), se como pessoa física ou pessoa jurídica? A única diferença é que se o proponente for pessoa jurídica eu pagaria mais impostos (20% + 11% de INSS) do que como pessoa física (20% de INSS)? Qual a tua recomendação nesse caso?(Fabiana Fonseca)
Cada caso é um caso. O Fumproarte se torna mais simples no caso de pessoa física, mas a LIC e a Rouanet são o oposto. O valor do projeto pode ser mais alto no caso de pessoa jurídica. Sobre os impostos, quem vai pagar são os teus fornecedores e pessoas que contratares. Eles é que devem fornecer a nota fiscal e a porcentagem de impostos depende de cada empresa. Neste caso é que seria interessante não contratar pessoa física, pois daí tens que reter imposto na fonte.
Criei um grupo de teatro com alguns amigos e o local escolhido fica em frente ao meu prédio, onde existia um antigo armazém, no bairro Cristo Redentor. A proprietária do local mora nos fundos e estou locando esse espaço como atelier artístico. O espaço tem capacidade para 25 pessoas sentadas e já providenciei um pequeno palco. Sabe me informar se tenho que tramitar alguma licença junto à prefeitura ou à Secretaria de Cultura? Podemos cobrar ingresso? Isso nos ajudaria para pagar o aluguel.(Tânia Cavalheiro)
Tânia, neste caso, terás de proceder como qualquer espaço comercial. Abrir uma empresa e solicitar o alvará da prefeitura para o funcionamento. O espaço público será sujeito às vistorias, desde instalações sanitárias até a inspenção dos bombeiros. O contador que for proceder a abertura da tua empresa pode te esclarecer melhor sobre os aspectos burocráticos. Normalmente, todos estes procedimentos são bastante custosos e esta é a razão da maioria dos grupos teatrais não terem sede própria. Sugiro que procures uma associação, empresa ou instituição do próprio bairro que se interesse em subvencionar o espaço. Um grande abraço e sorte na empreitada!
O que você acha que um músico deve fazer quando um jornalista diz que seu trabalho será analisado e aguarde sobre o dia que entrará na pauta, dia este que normalmente nem o jornalista e muito menos o artista sabe. Pode ser o dia do São Nunca? E caso assim seja, este tipo de situação gera uma série de questionamentos para o artista tipo:o que há de errado com o trabalho que encaminhei? (Felipe Azevedo)
Como o jornalismo diário é bastante ágil, o ideal é criar algum evento datado. Assim o jornalista tem um "gancho" para publicar. Um motivo para que seja naquele dia específico. Se não existe data limite, a matéria acaba ficando para segundo plano, dando lugar ao que tem prazo.
Uma das situações de maior questionamento para um músico refere-se ao contato com jornalistas. Você prepara um release em que condições? Quais dados você recomenda que deva constar? (Felipe Azevedo)
A situação ideal é contratar um divulgador ou assessor de imprensa, que é o profissional aparelhado para fazer este tipo de contato. De qualquer forma, o release deve ser redigido em liguagem direta, jornalistica e colocado no corpo do e-mail (sem anexos, a não ser que eles sejam solicitados pelo jornalista). Os dados referentes ao serviço (data, hora, local, preço) devem estar em negrito ou destacados do texto. A idéia é interessas ao jornalista, para que ele solicite mais informações, portanto deve ser um texto curto e atraente.
É possível entrar por um caminho mais fácil e ágil num financiamento ou patrocínio para a FESTIPOA literária?(Fernando Ramos)
Infelizmente não há caminho fácil e ágil no financiamento público. Rapidez é prerrogativa de algumas empresas privadas que utilizam sua verba de marketing, não contando com isenção fiscal. Para o Festipoa há vários caminhos: Rouanet e LIC só valem a pena se já houver um patrocinador interessado (prazo de aprovação atual de 4 a 11 meses...). O Fumproarte não tem histórico de aprovar edições de festivais, mas legalmente não há impedimento ( inscrições abertas para o próximo semestre). Também sugiro um contato com a Coordenação do Livro e Literatura do Município, com o Instituto Estadual do Livro e com a Câmara Riograndense do Livro, para que eles indiquem possibilidades de parcerias e financiamento.
Cada cidade do RS tem uma Lei de Incentivo à Cultura diferente?
(Marcelo Spalding)
Poucas cidades do RS já tem sua Lei de Incentivo. Em geral elas permitem que as empresas invistam parte do ISSQN ou do IPTU devidos em projetos culturais. A Secretaria de Cultura (em algumas cidades é junto com a Secretaria de Educação ou de Turismo) da cidade poderá dar as informações de funcionamento da lei de cada município. Porto Alegre já teve uma Lei de Incentivo nestes moldes, mas nunca foi regulamentada e acabou caducando. Agora a Secretaria de Cultura está estudando novamente a implementação. Por outro lado, Porto Alegre tem o Fumproarte, que faz relação direta entre o poder público e o proponente, financiando até 80% do valor do projeto cultural.

ESPECIAL PRODUÇÃO CULTURAL
Quem precisa de um produtor? Dedé Ribeiro

Quem precisa de um produtor?
Dedé Ribeiro
É incrível a quantidade de artistas procurando produtor. Na Liga a gente recebe um ou dois e-mails por dia de pessoas que não sabem como tocar seu trabalho, cada um com suas necessidades. Alguns muito conhecidos, buscam alguém para gerenciar a carreira, vender shows, acertar contratos. Outros estão iniciando e não sabem qual o melhor caminho.
Alguns tiveram péssimas experiências com produtores e outros nem sabem o que faz um produtor. É doloroso ver passar tanto trabalho bom sem poder participar, tendo aquela sensação de que muitos deles mereciam ser muito, muito conhecidos. Daí a gente explica que a produção de artistas não é o foco da Liga, e eu fico tentando achar um produtor para cada artista. A primeira idéia que eu tive (que ainda é a que usamos) é pedir para o artista escrever um anúncio tipo “classificados” por e-mail, com links que apresentem o trabalho. Mando para meus ex-alunos, pois mesmo sabendo que nem todos os alunos se interessam por isso, ao menos são pessoas que já sabem o que fazer. Claro que não garanto por todos e nem tenho tempo de intermediar essa contratação, então o artista é que deve entrevistar e selecionar. Já tivemos bons resultados e alguns ex-alunos estão fazendo ótimas produções. Uma das definições do Seminário Estratégico da Liga (Salvador 2010) foi fazer um novo site e nele nós vamos colocar uma sessão de classificados (com oportunidades para produtores).

Acho que será mais dinâmico e eficiente. Outro ponto importante é deixar claro para o artista que um produtor tem custos, e que dificilmente vamos encontrar alguém que se dedique realmente, sem garantir um mínimo de pagamento fixo. O artista argumenta que o produtor pode ganhar porcentagem, mas a realidade é que os produtores hoje preferem apostar em seus próprios projetos do que na carreira de um artista (até porque sai mais barato e o produtor ganha muito mais). Essa é a razão de ter tantos produtores que são familiares ou cônjuges dos artistas.
Apostam por amor, e não por dinheiro. O dinheiro vem depois de alguns anos de dedicação e então, a relação pode até se tornar meramente profissional. Então, tenho outra dica: se você é artista e não consegue produtor, transforme um familiar ou amigo em produtor! Tem nosso novo curso do Clio (sem pré-requisitos), com inscrições abertas. Todas as informações estão aqui. Vendi bem o meu peixe? A bientôt!

Por que os artistas devem dar seu trabalho de graça - Marcelo Spalding

Por que os artistas devem dar seu trabalho de graça
Marcelo Spalding
Sabe quanto um escritor ganha quando um livro seu é vendido? No melhor dos casos, 10%. Digamos R$ 3,00. Sabe quantos livros um autor vende por ano. Sendo otimista, mil livros. Bem otimista. Agora faça as contas: R$ 3000,00 por ano é suficiente para alguém viver da venda de livros? Não, decididamente não. Aí as alternativas são procurar um emprego “decente”, ter uns 50 livros publicados e em catálogo ou continuar dando murro em ponta de faca. E, em todos os casos, reclamando que o brasileiro não lê, que o governo não incentiva, etc, etc, etc.
Esse cenário, com uma ou outra variação, é o mesmo para todas as artes: um artista médio, competente mas não midiaticamente reconhecido, não tem espaço para seu trabalho e é muito mal remunerado por ele. A questão é: será um problema de mercado, do artista ou do sistema? Excluindo-se os casos em que é problema do artista, entre o mercado e o sistema eu diria que o problema é do sistema.
Dizem que o brasileiro não lê, mas você sabia que o Brasil é um dos dez países que mais vendem livros no mundo? Metade são livros didáticos, metade da metade são best-sellers e ainda tem os de auto-ajuda e espiritualidade. Além disso, pesquisas indicam que o brasileiro lê menos de três livros por ano. Três! Ou seja, nossa grande missão é, também, fazer com que as pessoas leiam mais (problema de marcado), mas o principal é fazer com que as pessoas leiam os nossos livros, e não os best-sellers (um problema de sistema).
Para a livraria e para a editora o melhor é que eles leiam o best-seller. Sai mais barato para eles imprimirem e a margem de lucro é muito maior. Então nossa única saída, na impossibilidade de fazermos um best-seller, é sair desse sistema.
Há vinte anos isso seriam absolutamente difícil, embora ainda assim possível, e que os digam os poetas marginais. Mas hoje, com a internet, temos uma grande oportunidade de estreitarmos nossa relação com o leitor e tirarmos os intermediários da jogada, criando uma vantagem competitiva enorme para os nossos livros em relação aos best-sellers.
Chris Anderson, em seu livro A Cauda Longa, afirma que se a indústria do entretenimento no século XX baseava-se em hits, a do século XXI se concentrará com a mesma intensidade em nichos: "Os consumidores estão mergulhando de cabeça nos catálogos, para vasculhar a longa lista de títulos disponíveis, muito além do que é oferecido na Blockbuster Video e na Tower Records. E quanto mais descobrem, mais gostam da novidade. À medida que se afastam dos caminhos conhecidos, concluem aos poucos que suas preferências não são tão convencionais quanto supunham (ou foram induzidos a acreditar pelo marketing, pela cultura de hits ou simplesmente pela falta de alternativas." (p. 15)
Dessa forma, é mais provável que um potencial leitor de seu livro o encontre navegando na internet do que passeando numa livraria. Muito mais provável. E nesse sentido não surpreende que muitos escritores estejam disponibilizando sua obra toda, de graça, em sites e blogs, numa última e desesperada tentativa de fazer circular algo que lhes deu tanto trabalho, e às vezes custou tanto dinheiro. E adianta? Sim e não.
Realmente o usuário que entrar em seu site ou blog, se identificar com a sua temática ou conhecer você terá a curiosidade de baixar o livro e talvez até leia alguma coisa. Mas para você ter mais acessos é preciso algum tipo de divulgação, investir nisso, e para fazer qualquer investimento, por menor que seja, é preciso dinheiro, que acaba não entrando quando você disponibiliza de graça o livro. Ou seja, é pior que os R$ 3,00 do modelo tradicional, supondo que você ainda consiga vender algo no modelo tradicional.
Um princípio de resposta pode estar em outro livro de Chris Anderson, Free: o futuro dos preços (Elsevier, 2009, 270 p.). O autor traz entrevistas, dados, episódios históricos e atuais para mostrar que os preços no mercado digital estão caindo tanto que logo chegarão a zero, e viveremos uma economia do Grátis. Só que isso, ao invés de apavorar quem atua nesse mercado está se mostrando extremamente lucrativo: as empresas estão ganhando ainda mais dinheiro com isso (basta vermos o Google).
No que tange à livros, Anderson dá alguns exemplos, entre eles o de Paulo Coelho, que brigou com sua editora para colocar seu livro mais popular, O Alquimista, no BitTorrent, gerando um renovado interesse pelo autor e transformando seu novo lançamento em um sucesso de vendas maior ainda (livro que, aliás, também está disponibilizado no BitTorrent). Anderson cita ainda um autor menos conhecido, que disponibilizou seu livro para download e colocou ao lado um link para doações voluntárias no PayPal: “das aproximadamente 8 mil pessoas que baixaram o livro, cerca de 6% pagaram, com preço médio de U$ 4,20)”.
O modelo mais completo de negócios para livros (e para artes) que o autor apresenta é do Flat World Knowledge, que disponibiliza a versão digital de TODOS os seus livros gratuitamente. E como eles vivem? Vendendo livros ou capítulos do livro impressos, versão em PDF imprimível, audiolivro em MP3, e-book para e-readers e por aí vai. Isso sem contar as palestras para as quais os autores são chamados, e que rendem muito mais do que a venda de 100 livros em livrarias.
Ao final Anderson irá ressaltar que “dar o que você faz não o tornará rico; você precisa pensar com criatividade em como converter a reputação e atenção que pode obter com o Grátis em dinheiro”. Mas, acrescento eu, às vezes é muito melhor não ganhar nada do que ganhar quase nada, como ocorrem com nossos contratos com as editoras (isso quando não pagamos para editar nossos livros). Porque não esqueça que ao ser editado por uma editora você cedeu os direitos sobre seu texto para ela, e às vezes teria sido muito mais lucrativo ter esse texto contemplado num concurso literário de sua cidade, inscrito em alguma lei de incentivo ou patrocinado por uma empresa privada em busca de estratégias de investimento em cultura.
Ou seja, caro artista, não tenha vergonha de dar seu trabalho de graça. Não todo ele, parte dele. Descubra qual parte você pode abrir ao seu público a fim de cativá-lo para que ele aí sim compre a outra parte, seja algum lançamento, uma versão impressa do livro, uma palestra ou show, uma camiseta autografada. O que não podemos é permanecer refém daqueles que não querem nos vender, preferem vender os best-sellers a nós, e ainda culpam disso o leitor, que sequer teve a chance de nos conhecer.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010
16 º PAPO DE ARTISTA e LANÇAMENTO DO II PRÊMIO AG

16 º PAPO DE ARTISTA e LANÇAMENTO DO II PRÊMIO AG
Internet, sustentabilidade e o trabalho do artista
Como se articulam as questões envolvidas no fato da disponibilização de músicas, livros e obras de arte na internet, com a possibilidade do internauta baixar sem custos. Até que ponto a internet ajuda ou pulveriza atenções. Como buscar sustentabilidade e como fica o direito autoral.
Com Leandro Selister, Lia Menna Baretto e Marcelo Spalding. Leandro Selister é artista plástico e empresário, trabalha com a reprodução em larga escala, sob os mais diferentes aspectos e tira sua sustentabilidade disso. Lia Menna Baretto é artista plástica, está fazendo uma exposição retrospectiva de sua trajetória artística exclusivamente via facebook e possui uma marca de acessórios chamada TUN, que dialoga com suas criações artísticas. Marcelo Spalding é escritor e editor do Portal Artistas Gaúchos, além de especialista em literatura digital.
Na ocasião será lançado, ainda o II Prêmio Artistas Gaúchos, realizado em parceria com o Teatro Arena.
Dia 09 de outubro de 2010
Sábado, às 15h
No Farol (Rua Garibaldi, 872 - POA/RS)
ENTRADA FRANCA!
Reserve sua vaga
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
SOBRE O ENCONTRO DE DANÇA DE SÁBADO (25 SETEMBRO 2010)
No dia 25 de setembro o Centro de Dança realizou no Auditório do Atelier Livre, a segunda reunião do "Encontros da Dança" que teve como pauta o Programa Municipal de Fomento ao Trabalho Continuado em Artes Cênicas.
O evento contou com a presença de um grupo bem representativo da área da Dança.
Foram discutidos vários aspectos referentes a Lei como: histórico e trajetória, verbas destinadas para a área da Dança e do Teatro, a luta por um espaço para desenvolver projetos relacionados a arte etc.
Os "Encontros da Dança" estão se destacando pela importância da realização de eventos desta natureza para os artistas da dança da cidade de Porto Alegre.
O próximo encontro está previsto para acontecer no mês de Outubro
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